segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Pesquisa mundial desmente que a maioria dos cientistas seja ateia

Pesquisa mundial aponta que os cientistas dão mais importância à religião
Pesquisa mundial aponta que os cientistas dão mais importância à religião
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Como cientistas veem a religião

Como alguns cientistas tornaram-se famosos não em seus campos de especialidade, mas vendendo livros criticando as religiões, espalhou-se a suposição de que a maior parte dos cientistas são ateus ou pregadores do ateísmo, escreveu o “Diário da Saúde”.

Mas essa suposição foi mais uma vez desmentida.

E agora pela primeira vez por uma pesquisa em nível mundial, que analisou como os cientistas encaram a religião e como se relacionam com ela.

Pesquisadores da Universidade Rice (EUA) entrevistaram 9.422 cientistas em oito regiões do mundo: França, Hong Kong, Índia, Itália, Taiwan, Turquia, Reino Unido e EUA.

A equipe também viajou a estas regiões para realizar entrevistas em profundidade com 609 desses participantes, o que torna esta a maior pesquisa mundial já realizada sobre as relações entre fé e ciência do ponto de vista dos cientistas.



Mais religiosos que a média

“Mais da metade dos cientistas na Índia, Itália, Taiwan e Turquia se autoidentificam como religiosos,” relata Elaine Howard Ecklund, principal autora da pesquisa.

“E é impressionante que existem aproximadamente o dobro de 'ateus convictos' na população em geral de Hong Kong, por exemplo (55%) do que na comunidade científica neste país (26%),” acrescentou.

Taiwan é outro exemplo, onde 54% dos cientistas identificam-se como religiosos, em comparação com 44% da população em geral.

Conflito, que conflito?

No geral, os resultados contestam a suposição tradicional sobre o caráter irreligioso dos cientistas de todo o mundo.

Quando perguntados sobre os termos de um eventual “conflito” entre religião e ciência, apenas uma minoria dos cientistas em cada contexto regional acredita que haja de fato um conflito entre ciência e religião.

No Reino Unido - um dos países mais seculares do mundo - menos de um terço (32%) dos cientistas caracterizaram a interface entre ciência e fé como sendo de conflito.

Clérigos estudam astronomia e geometria (França, iluminura de inícios do século XV). A Igreja Católica lançou as bases racionais das ciências modernas
Clérigos estudam astronomia e geometria (França, iluminura de inícios do século XV).
A Igreja Católica lançou as bases racionais das ciências modernas
Nos EUA, este número foi de apenas 29%. E 25% dos cientistas de Hong Kong, 27% dos cientistas indianos e 23% dos cientistas de Taiwan acreditam que a ciência e a religião podem coexistir e serem usadas uma para apoiar a outra.

Religião como apoio à Ética

Além dos resultados quantitativos, os pesquisadores descobriram nuances nas respostas dos cientistas durante as entrevistas. Por exemplo, numerosos cientistas expressam como a religião pode fornecer um “ponto de checagem” em áreas eticamente nebulosas.

“(A religião fornece uma) forma de verificação naquelas ocasiões em que você pode ser tentado a pegar um atalho porque você deseja que algo seja publicado e você pensa: 'Ah, essa experiência não foi boa o suficiente, mas se eu retratá-la desta forma, vai parecer que é',” comentou um professor de biologia do Reino Unido.

Finalmente, muitos cientistas mencionaram modos de acomodar as visões ou práticas religiosas, sejam dos alunos ou dos seus colegas.

“As questões religiosas (são) muito comuns aqui porque todo mundo fala a que templo vai, a qual igreja pertence. Assim, não é realmente um problema que escondemos: nós simplesmente falamos a respeito porque, em Taiwan, nós temos pessoas [de] diferentes religiões,” disse um professor de biologia de Taiwan.


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