terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Ossos de São Pedro venerados solenemente no Vaticano


No domingo 24 de novembro foram venerados publicamente relíquias do Apóstolo São Pedro, na praça diante da basílica a ele dedicada no Vaticano.

Tratou-se da primeira exposição pública de suas relíquias, que tanto deram margem à polêmica histórica, arqueológica e científica.

Durante a cerimônia que encerrou o Ano da Fé, uma procissão trouxe para o altar um relicário de bronze com oito fragmentos de ossos do Apóstolo que Jesus Cristo instituiu como Príncipe supremo do Colégio Apostólico e chefe da Igreja. Dessa maneira, ele foi o primeiro Papa da História, por instituição divina.

Essa monarquia de origem divina vem sendo transmitida pelos Papas o longo dos séculos, e assim o será até o fim dos tempos.

Por vez primeira vez em 2 mil anos a Igreja exibia ao público as relíquias do primeiro papa, que estão habitualmente guardadas na cripta da Basílica de São Pedro, onde elas podem ser veneradas.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Prêmio Nobel de Medicina: não há explicação
para os milagres de Lourdes

Dr. Luc Montagnier, do Instituto Pasteur de Paris  Prêmio Nobel de Medicina em 2008
Dr. Luc Montagnier, do Instituto Pasteur de Paris
Prêmio Nobel de Medicina em 2008




Um dos pontos em que se pretende jogar a ciência contra a religião é a problemática do milagre.

E o caso de Lourdes é o que deixa mais perplexa a uma certa ciência eivada de preconceitos anti-religiosos e/ou anti-católicos.

Um Prêmio Nobel de Medicina, descobridor do vírus do HIV, causador da AIDS, ele próprio agnóstico, foi a Lourdes, participou de um encontro científico sobre os milagres atribuídos à "água milagrosa", e ficou sem o que dizer.

Ele reconheceu que a ciência não tem meios de explicar os milagres lá cientificamente constatados após longa discussão e análise.

Mas, não dá o braço a torcer. Sobre o caso, reproduzimos a seguir um post extraído do blog "Lourdes e suas aparições":

O bacteriólogo Luc Montagnier, Prêmio Nobel de Medicina de 2008, participou no primeiro colóquio científico internacional organizado pelo Santuário de Lourdes nos dias 8 e 9 de junho de 2012, segundo informou o jornal “La Croix” de Paris.

Entrevistado naquela ocasião por “La Croix”, o biólogo que é agnóstico declarado, reconheceu que nos milagres de Lourdes “existe algo inexplicável”.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Arqueólogos reconhecem: “Pedro está aqui”
A emocionante descoberta dos ossos de São Pedro no Vaticano – 3

Raio de sol bate no Altar da Confissão onde estão os ossos de São Pedro, basílica do Vaticano
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




continuação do post anterior

Em 1950 foi divulgada a grande notícia: o túmulo de São Pedro fora descoberto. O próprio Papa Pio XII fez o anúncio, associando-o ao Ano Santo.

Mas explicava-se que, segundo o modo como os ossos foram encontrados, não se podia concluir se eles seriam ou não do Apóstolo.

Ao par do grande júbilo, houve muitos protestos dos meios científicos, que solicitavam, um exame rigoroso de todos os ossos, descobertos na pequena abertura em forma de Λ na parede do túmulo de São Pedro, por algum grande especialista.

Afinal em 1956, Pio XII concordou, e foi nomeado o dr. Venerando Correnti, um dos maiores antropólogos da Europa.

O trabalho foi lento e difícil, pois faltavam vários ossos importantes. A conclusão, em 1960, constituiu uma sensacional decepção: tratava-se de ossos de três pessoas – dois homens de meia idade e uma mulher idosa.

E junto, encontravam-se vários ossos de animais. Todos antiquíssimos, talvez do século I.

Para os arqueólogos, a situação se explicava: como as leis romanas proibiam a remoção de ossos de uma sepultura, esses haviam sido encontrados e amontoados no pequeno buraco ao pé do nicho.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

“Pedro está aqui”
A emocionante descoberta dos ossos de São Pedro no Vaticano – 2

"Muro dos grafitti" no Túmulo de São Pedro
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




continuação do post anterior

Mas as surpresas apenas começavam: o exame da parede azul revelou que ela estava coberta de inscrições cristãs de tipo grafite, feitas com estiletes, na maior desordem.

Concluiu-se que eram pedidos de orações dos primeiros cristãos, que punham seus nomes – Ursianus, Bonifatius, Paulina etc.

O símbolo codificado de Cristo (as letras gregas chi-rho superpostas, como se vê no exemplo ao lado) aparecia várias vezes.

Letras gregas 'chi-rho' (XP), abreviatura de 'Christos', em sarcófago dos primeiros séculos, Museos Vaticanos
Letras gregas 'chi-rho' (XP),
abreviatura de 'Christos',
sarcófago dos primeiros séculos,
Museos Vaticanos
Mas o nome que se procurava não foi encontrado: Petrus. Nenhuma invocação a ele naquela floresta de nomes. Permanecia o indecifrável silêncio sobre São Pedro.

Num ponto dessa parede foi encontrado um pequeno buraco, formado pela queda da argamassa.

Inserindo luz pelo buraco, verificou-se que a parte de baixo da parede azul era oca e revestida internamente de excelentes mármores.

No chão dessa cavidade havia muito pó. Parecia ter sido algum túmulo engenhosamente escondido ali.

Seria impossível investigar melhor aquilo sem abrir mais o pequeno buraco, o que destruiria as inscrições.

Corte esquemático permite ver o posicionamento dos túmulos. No nº1 São Pedro
Corte esquemático permite ver o posicionamento dos túmulos. No nº1 São Pedro
Com isso, as atenções se voltaram para o túmulo de São Pedro propriamente dito. Decidiu-se escavar mais, bem junto à parede vermelha, para se chegar à câmara mortuária.

Logo foram encontradas algumas sepulturas cristãs simples, quase amontoadas junto à parede. Eram dos primeiros séculos.

Tratava-se de um tocante indício: todos os corpos estavam voltados para a parede. Eram cristãos enterrados bem junto a São Pedro.

Ao retirar uma pedra, depararam com uma cavidade vazia: afinal, o túmulo!

Emocionados, os arqueólogos avisaram [o Venerável] Pio XII, que em dez minutos chegou.

Era uma câmara pequena, mas alta, simples, com paredes de tijolos nus e piso de terra. E estava vazia!

Havia sinais evidentes de violência: um nicho e uma trave golpeados violentamente, uma coluneta partida.

Conjunto dos ossos de São Pedro achados no túmulo
Conjunto dos ossos de São Pedro achados no túmulo
No chão encontraram-se muitas moedas romanas e medievais, confirmando uma crônica que se refere a uma pequena abertura no túmulo, onde se podia introduzir a mão.

As moedas provinham de todo o Império, atestando a devoção generalizada ao Apóstolo.

O exame minucioso do local revelou na base do nicho uma pequena abertura em forma de Λ, entupida de terra.

Revolvendo o interior dessa abertura, encontrou-se enorme quantidade de fragmentos de ossos antiquíssimos. Eram mais de 250. Seriam os do Apóstolo?

Em caso afirmativo, por que estavam eles em posição tão secundária e escondidos?

O médico de Pio XII, dr. Galeazi-Lizi, examinou-os superficialmente e concluiu que eram de um homem idoso e de físico robusto, o que correspondia à descrição de São Pedro.

Daí ter-se propagado, na ocasião, a versão de que os ossos eram dele.

Mas essa localização estranha exigia maiores pesquisas. As escavações continuaram, revelando que a parede vermelha era a peça chave de um complexo de construções.

Tratava-se de uma edícula comemorativa, no centro da qual havia duas colunetas sustentando uma laje de travertino, parecendo um altar. Em frente situava-se um pátio fechado por altos muros.

Restos do primeiro túmulo construido para São Pedro
Restos do primeiro túmulo construido para São Pedro
Era obviamente uma construção ideal para celebrações clandestinas dos primeiros cristãos.

Como o cemitério era pagão e aberto, ao contrário das catacumbas, as precauções tinham que ser maiores.

Daí a ausência do nome de Pedro e de símbolos cristãos nessa área (é aí que está a parede azul com os grafitos).

É esta também a razão do silêncio sobre a localização do túmulo, na literatura cristã da época.

Πέτροσ ένι

Após o término das escavações, em 1950, o arqueólogo Ferrua examinava o interior da parte oca da parede azul, e notou no chão, perto da junção desta com a parede vermelha, um pequeno pedaço de argamassa que havia caído.

Conseguiu pegá-lo dentro do buraco, e viu que havia algo gravado ali à estilete. Levado a especialistas, descobriu-se uma inscrição em grego que dizia: “Πέτρ... ἔνι”.

Faltavam letras no primeiro nome, obviamente Πέτροσ (“Pedro”). Ἕνι é a contração do verbo grego antigo ἔνεοτι, que significa “estar dentro”. A inscrição significava “Pedro está aqui”.

A essa altura, um dos maiores especialistas em inscrições antigas, a dra. Margherita Guarducci, passou a estudar os grafitos da parede azul.

Como se sabe, os cristãos tinham toda uma linguagem codificada de símbolos e letras – o peixe, as letras gregas chi-rho (ΧΡ), o Μ para Maria, o Ν para vitória etc.

Após algum estudo, a dra. Guarducci descobriu o código usado para São Pedro: um “Ρ” com um discreto “Ε” em sua perna, ou o mesmo símbolo inserido no chi-rho de Jesus, tocante símbolo para o Vigário de Cristo (cfr. desenho ao lado).

Além disso, a descoberta provava contra os anticatólicos que a doutrina do papado já era clara naqueles primórdios da Igreja.

Muitas inscrições com esse símbolo podiam ser observadas na parede dos grafites.

Estudos posteriores revelaram que São Pedro era invocado com grande frequência, mediante tal símbolo, pelos primeiros cristãos, pois ele era muito usado nas catacumbas em cartas, em mosaicos, em pinturas etc.

Estava explicado o “silêncio” sobre São Pedro.

Grafitti com o chi-rho (ou XP), símbolo de Cristo
Grafitti com o chi-rho (ou XP), símbolo de Cristo
Essa descoberta fez com que a dra. Guarducci ficasse intrigada com a inexplicável parede oca com os grafites e o “Πέτροσ ἔνι”.

Chamou sua atenção um fato que passou despercebido aos demais arqueólogos. Mons. Kaas, administrador da Basílica, costumava ir à noite verificar os andamentos dos trabalhos.

Acompanhava-o G. Segoni, o chefe dos “sampietrini” (operários do Vaticano, cujos ofícios passam de pai para filho).

Mons. Kaas, nessas inspeções, preocupava-se em guardar de modo digno as numerosas ossadas que iam sendo encontradas. Colocava-as numa caixa ajudado por Segoni, identificando com uma etiqueta o local de onde foram tiradas.

Uma noite, pouco depois de descoberta a parede oca dos grafitos, Mons. Kaas pediu que Segoni verificasse bem se não se encontrariam ossos dentro da cavidade.

Por baixo da poeira, Segoni encontrou numerosos ossos, restos de tecido e uns fios metálicos.Tudo foi guardado numa urna e identificado.

Outro “sampietrini presenciou a remoção, mas os demais arqueólogos nem souberam disso na época.

continua no próximo post

(Autor: Juan Miguel Montes, “Catolicismo”)


O túmulo de São Pedro no subsolo da Basílica vaticana (em inglês, legendado em português)


O subsolo da Basílica de São Pedro. Um dos maiores tesouros da fé cristã, as relíquias do primeiro Papa, São Pedro. Trecho do documentário THE HIDDEN WORLD, da BBC. postado por Leandro Caprioti Manso no Facebook.


segunda-feira, 22 de julho de 2013

“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”
A emocionante descoberta dos ossos de São Pedro no Vaticano – 1

Cristo entrega as chaves a São Pedro e o institui fundamento único da Igreja
Cristo entrega as chaves a São Pedro
e o institui fundamento único da Igreja
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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sócio do IPCO,
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“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt XVI,18).

As divinas palavras de Jesus concedendo o primado a São Pedro convidam os católicos de todos os tempos a se interessar, cheios de veneração, por tudo o que se refira ao primeiro Papa.

E, pelo contrário, os anticatólicos tendem a atacar o quanto podem o primado do Príncipe dos Apóstolos.

Os protestantes chegaram a impugnar gratuitamente até a autenticidade daquelas palavras de Nosso Senhor a São Pedro.

Negaram mesmo, junto com racionalistas e comunistas, que ele tenha estado em Roma e, portanto, que tenha exercido lá o papado.

Mas através dos séculos foram surgindo documentos provenientes dos mais diversos pontos da cristandade primitiva, confirmando a tradição católica.

As provas foram tão acachapantes, que os anticatólicos praticamente ficaram reduzidos ao silêncio quanto a esses pontos.

Um dos principais historiadores protestantes, A. Harvach, reconheceu que já não merece o nome de historiador quem puser em dúvida que São Pedro tenha exercido seu ministério em Roma.

Persistia, porém, entre muitos historiadores uma questão:

O túmulo do Vigário de Cristo realmente está sob o magnífico altar-mor da Basílica de São Pedro?

Sobre este assunto há um silêncio quase total nos documentos dos primeiros séculos da História da Igreja.

A tradição católica é bem precisa: São Pedro, já idoso, foi crucificado de cabeça para baixo na colina Vaticana, no ano de 68 (segundo alguns, 64), após ter exercido o papado em Roma por 25 anos.

Seu corpo foi sepultado perto do local do martírio, num cemitério pagão existente na colina Vaticana, em frente ao circo de Nero.

Imagem de bronze de São Pedro, paramentada no dia de sua festa.  No fundo: altar com relíquias do trono do Príncipe dos Apóstolos
Imagem de bronze de São Pedro, paramentada no dia de sua festa.
No fundo: altar com relíquias do trono do Príncipe dos Apóstolos
A tradição aponta ainda o lugar exato da sepultura – a chamada “confissão de São Pedro” –, veneradíssimo desde tempos imemoriais. Tendo em vista a antiguidade e a universalidade dessa tradição, a Igreja a aceitou.

Nos 250 anos que vão desde a morte de São Pedro até a liberdade da Igreja concedida por Constantino mediante o Edito de Milão (ano 313), apenas dois documentos referem-se ao túmulo do Apóstolo.

Um diz que o Papa Santo Anacleto ergueu no local um monumento fúnebre, aproximadamente vinte anos após a morte do Chefe da Igreja.

Outro, mais seguro, é uma carta do sacerdote Gaius de Roma, no ano 200, afirmando que no local havia um τρόπαιον – monumento fúnebre (a palavra portuguesa “troféu” não corresponde exatamente ao sentido da palavra grega τρόπαιον).

Assim que foi concedida liberdade aos cristãos, multidões de fiéis começaram a afluir de todas as partes para venerar as relíquias do Príncipe dos Apóstolos.

Por volta do ano 330, o Imperador Constantino e o Papa São Silvestre ergueram naquele local magnífica e enorme Basílica.

O próprio Imperador trabalhou na obra, carregando doze cestos de terra em homenagem aos Apóstolos.

O local era sumamente inconveniente para a construção, pois o subsolo era mole e cheio de água, e o terreno em declive necessitava aterros colossais.

Além disso, pelas leis romanas, o cemitério era inviolável, não se podendo retirar os ossos de nenhuma sepultura.

Somente a persuasão de estar o lugar ligado a um ponto fixo intransferível – o túmulo de São Pedro, que devia tornar-se o centro da grande Basílica – pôde ter levado Constantino a enfrentar tantas dificuldades técnicas, jurídicas e psicológicas que se opunham à construção em local tão impróprio.

Mais tarde, na Renascença, a atual e ainda maior Basílica de São Pedro foi construída no mesmo sítio, mas sem interferência nas construções anteriores, erguendo-se num plano mais elevado.

Ossos de São Pedro numa urna no Altar da Confissão no Vaticano
Ossos de São Pedro numa urna no Altar da Confissão no Vaticano
Assim, sobre o túmulo primitivo ergueram-se as construções constantinianas, e acima delas as da Renascença. Em diversas épocas houve reformas em torno do túmulo, mas – fato notável – não consta que ele tenha sido aberto em 1600 anos de história.

Um interessante livro, The Bones of St. Peter (“Os ossos de São Pedro”), de John E. Walsh (Doubleday, N.Y., 1982) narra, pela primeira vez, as pesquisas científicas realizadas no túmulo nos últimos anos. Os dados que se seguem foram extraídos dessa obra.

As escavações

Em 1939 foi decidido rebaixar o subsolo dos corredores em torno do túmulo, para aumentar o pé direito deles. Aí está sepultada a maioria dos Papas. Uma equipe de competentes arqueólogos orientava os trabalhos.

Entre eles estava o prof. Enrico Josi, considerado o maior especialista em antiguidades cristãs. Dirigia a equipe o administrador da Basílica de São Pedro, Mons. L. Kaas. O [Venerável] Papa Pio XII não os autorizou a tocar nas construções do túmulo petrino.

Logo no início dos trabalhos, foram encontrados vários mausoléus adjacentes. Alguns estão entre os melhores exemplares já descobertos do período áureo romano.

Um ponto da tradição foi portanto confirmado: o cemitério pagão, no qual São Pedro fora sepultado. Numa lápide veio outra confirmação: uma inscrição referia que ao lado estava o circo de Nero.

Verificou-se que o cemitério era anterior à morte de São Pedro. Mas os ricos mausoléus eram pouco posteriores a ela. Tudo havia sido soterrado intacto pelos operários constantinianos, para não violar os túmulos.

Com todos esses indícios favoráveis, Pio XII autorizou então que se abrisse o túmulo e se fizesse um estudo completo de tudo.

Decidiu-se tentar penetrar pela parede de uma pequena capela do século XVI que está embaixo do altar-mor atual. Foi desmontado cuidadosamente um afamado mosaico que há nessa parede, e descobriu-se que ela era da época de São Gregório Magno (590-604).

Urna com os ossos de São Pedro no Altar da Confissão no Vaticano
Urna com os ossos de São Pedro no Altar da Confissão no Vaticano
Nela abriu-se um buraco, tirando tijolo por tijolo. Havia atrás uma grossa placa de magnífico mármore decorado com um precioso pórfiro escuro.

Alargando o buraco, verificou-se que era um altar montado pelo Papa Calixto, no século XII.

Retiradas algumas peças de mármore, chegou-se à outra parede, certamente da Basílica de Constantino, do ano 330.

Atrás havia ainda outra parede bem mais antiga, grossa, de tijolos e pintada de vermelho vivo. Seria parte do túmulo original?

Para não danificá-la, decidiram tentar em outro local bem mais à direita. Após passar pelas mesmas paredes, chegaram a outro altar precioso – este havia sido o altar-mor erigido por São Gregório Magno na Basílica velha de São Pedro, no século VI.

A parede vermelha, nessa local, estava recoberta de excelentes mármores, sinal de importância. Tentou-se, então, do lado oposto. Mas ao invés de chegar à parede vermelha, encontraram uma azul.

E tiveram a surpresa de verificar que era uma grossa parede de pequena extensão, colada à vermelha, em ângulo reto com ela. Ambas são da época romana, mas a vermelha, mais antiga, era maior e descia fundo.

Atrás dela depararam com paredes mais recentes. Assim, era evidente que o túmulo estava bem mais fundo, e que acima do solo da época romana só havia essa grande parede, ornada de nichos em estilo clássico, sem nenhuma decoração cristã.

Estava confirmado o τρόπαιον referido por Gaius, no ano 200. As duras perseguições religiosas durante o Império certamente forçaram esse disfarce e a ausência de símbolos cristãos.

continua no próximo post

(Autor: Juan Miguel Montes, “Catolicismo”)

O túmulo de São Pedro no subsolo da Basílica vaticana (em inglês, legendado em português)


O subsolo da Basílica de São Pedro. Um dos maiores tesouros da fé cristã, as relíquias do primeiro Papa, São Pedro. Trecho do documentário THE HIDDEN WORLD, da BBC. postado por Leandro Caprioti Manso no Facebook.




terça-feira, 9 de julho de 2013

Museu das almas do Purgatório 2: os sinais do além deixados por almas que padecem para se purificar


Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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Continuação do post anterior: Uma grande razão para rezarmos pelas almas dos falecidos: o Purgatório


Prosseguimos com a transcrição da entrevista ao Pe. Domenico Santangini, pároco da igreja do Sagrado Coração do Sufrágio e curador do Museu das Almas do Purgatório:

Jornalista : Entendemos, portanto, qual é a diferença entre a evocação, portanto o espiritismo, dos defuntos, e a simples oração e a veneração. Mas voltemos ao Purgatório. Este local que pela sua natureza é uma realidade ultraterrena, deixou sua marca e é uma marca muitíssimo tangível. Olhemos.

– Pe. Domenico Santangini: Aqui, em 1895, não havia nada, apenas uma capela em volta; não havia nada.

Em 1897 houve um incêndio fortuito e, quando o incêndio foi apagado, uma imagem misteriosa ficou impressa na parede da capela.(foto ao lado)

Agora lhe faço ver exatamente o original. É a imagem de um homem que sofre, pelo que o Pe. Victor Jouët (N.T.: 1839-1912, missionário do Sagrado Coração, de Issoudun, França), capelão que cuidava desta igrejinha e devoto das almas do Purgatório, entendeu:

“Este é um sinal dessas almas que querem uma igreja dedicada às suas intenções”.

Então, quando a notícia se espalhou pela região, segundo as crônicas, houve um afluxo de gente durante oito dias, de milhares de pessoas para verem este fenômeno.

Então, o Pe. Jouët teve a ideia de construir neste local uma igreja dedicada ao Sagrado Coração do Sufrágio. Quer dizer, do sufrágio das almas do Purgatório.

Igreja do Sagrado Coração do Sufrágio, rosácea e órgão
Igreja do Sagrado Coração do Sufrágio, rosácea e órgão
E o Pe. Jouët era um engenheiro que se tornara padre. O que é que ele fez?

Fez a planta de uma igreja gótica, porque a área era reduzida. Encomendou trabalhos para poder erigir esta igreja. Mas não havia recursos.

Pediu ajuda ao Papa, e então o Papa Leão XIII aprovou e deu uma ajuda.

Mas ele próprio foi na França ver sua família em Marselha, que era uma família de posses, e ali recebeu também ajudas. E assim o prédio da igreja foi subindo.

Durante esta construção, que durou até 1912, como ele era devoto das almas do Purgatório, foi viajando pela Europa para buscar testemunhos que dissessem a verdade sobre o grande mistério do Purgatório.

Jornalista: Não somente esta imagem é custodiada como prova da existência do Purgatório. Há outras que constituem verdadeiras provas. Esta história é de tal maneira incrível que ficou decidido dar vida ao único Museu do Purgatório do mundo.

Pe. Domenico Santangini: Entramos no pequeno Museu do Purgatório. Mostrar-lhes-emos todos os testemunhos reunidos pelo Pe. Jouët, o fundador desta igreja e deste museu.

Esta é a foto reproduzindo a imagem misteriosa da capela, que foi ampliada, e mostra o olhar de um homem complicado com o pecado.

Avental de Sóror Margarida Maria Herendorps,  beneditina de Winnenberg, Alemanha.
Avental de Sóror Margarida Maria Herendorps,
beneditina de Winnenberg, Alemanha.
Esta imagem é posterior ao incêndio de 1897.

Ela dá uma clara impressão e faz entender o que é uma alma em pena, uma alma que sofre o afastamento de Deus.

Estamos diante do 4º testemunho, que nos faz ver um fac-símile fotográfico de uma marca de fogo deixada no avental de Sóror Margarida Maria Herendorps, religiosa do mosteiro beneditino de Winnenberg, na Alemanha.

Aqui temos a mão da Irmã [N.T.: Clara Schoelers], que morreu de peste em 1637.

Embaixo temos a marca deixada pela mesma freira sobre uma faixa de pano azul.

Depois passamos para a foto número 5 (na foto: 7d).

É uma fotografia da marca deixada pela defunta senhora Leleux, que nos fala disto: o filho teve a visão da mãe, falecida 27 anos antes.

Marca deixada pela defunta senhora Leleux na camisa do filho
Marca deixada pela defunta senhora Leleux
na camisa do filho
E este homem ficou atormentado por muitas dúvidas a ponto de ficar doente.

E a mãe lhe apareceu e lembrou a este jovem a obrigação de ir a Missa aos domingos e de trabalhar um pouco pela igreja.

Como prova disso, pôs-lhe a mão sobre a camisa, deixando esta marca visibilíssima e pediu-lhe para voltar a ser um bom cristão.

A imagem nº 8 (embaixo) nos apresenta a marca deixada sobre um livro que pertenceu a Margarida Demmerlé, da paróquia de Ellinghen.

A defunta aparecia com as vestimentas da região.

Descia pela escada do celeiro gemendo e olhando com tristeza para a nora, como pedindo alguma coisa.

Margarida Demmerlé, numa aparição subsequente, lhe dirigiu a palavra e obteve esta resposta:

“Eu sou tua sogra, falecida de parto há 30 anos. Vai em peregrinação ao santuário de Nossa Senhora de Mariental e ali faz celebrar duas Santas Missas por mim”.

Depois da peregrinação, a aparição se mostrou de novo para anunciar a Margarida sua libertação do Purgatório.

Uma das 3 marcas deixadas pelo abade Panzini.
Uma das 3 marcas deixadas pelo abade Panzini.
E a nora, por conselho do pároco, lhe pediu um sinal.

Pousando a mão sobre a “Imitação de Cristo”, deixou então o sinal da queimadura, e depois não apareceu mais.

Aqui temos a marca nº 6. Marca de fogo deixada por um dedo da religiosa Sóror Maria de São Luiz Gonzaga entre o 5 e 6 de junho de 1894.

A relação do fato conta como a referida Sóror Maria, que sofria de tuberculose havia dois anos, com fortes febres, tosse, asma e hemoptise, ficou vítima de desencorajamento e, portanto com vontade de morrer para não sofrer mais.

Mas, como era muito fervorosa, submeteu-se com calma à vontade de Deus.

Alguns dias depois, em 5 de junho 1894, expirou santamente e apareceu entre 5 e 6 de junho vestida como Clarissa, mas reconhecível.

A Sóror Margarita, que estava admirada, explicou que estava no Purgatório para expiar seu movimento de impaciência diante da vontade de Deus.

Uma das 3 marcas deixadas pelo abade Panzini.
Uma das 3 marcas deixadas pelo abade Panzini.
Pediu orações e sufrágios e, para atestar a realidade de sua aparição, pôs o dedo índice sobre a fronha do travesseiro e prometeu voltar.

Apareceu à mesma religiosa entre 20 e 25 de junho, para agradecer à Irmã e dar avisos espirituais à comunidade antes de voar para o Céu. Muito belo.

Marca sobre uma tabuleta antiga onde se escrevia [N.T.: deixada por frei Panzini, ex-abade da Ordem Beneditina Olivetana, em Mantova, no dia 1º de novembro de 1731].

A marca 7a é de uma mão esquerda na tabuleta sobre a qual escrevia a venerável Madre Abadessa [N.T.: Madre Isabella Fornari, Abadessa das Clarissas do mosteiro de São Francisco em Todi, Itália].

A segunda é da mesma mão esquerda sobre uma folha de papel e a outra é da mão direita sobre a manga da túnica.

Portanto, são três marcas de mão – duas da esquerda, é claro – para indicar a todos a importância e por que a freira queria deixar um testemunho de sua presença.

Pedindo sempre, como muitas outras almas, orações pela sua alma.

Já o dissemos: são imagens, são testemunhos de uma realidade – a do Purgatório – fundamental para nós.

Devemos procurar verdadeiramente ter uma devoção profundíssima pelas santas almas do Purgatório.

São Lourenço libera almas do Purgatório. Lorenzo di Nicolò
São Lourenço libera almas do Purgatório. Lorenzo di Nicolò
Rezar por elas, fazer rezar Missas por elas, porque é o único modo de liberá-las dos sofrimentos do Purgatório. Sofrimento devido ao afastamento do Senhor.

Porque se nós fazemos entrar no Paraíso uma só alma do Purgatório, esta alma, uma vez dentro do Paraíso, terá para conosco um movimento de gratidão pelo dom recebido.

Eis por que resulta muito espontâneo crer na Comunhão dos Santos: os santos do Paraíso, os santos do Purgatório e nós aqui na Terra, Igreja militante que estamos caminhando rumo ao Paraíso e, infelizmente com frequência, passamos pelo Purgatório”.

FIM

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Museu das almas do Purgatório 1:
uma janela para o além que merece ser mais estudada

Fachada da igreja do Sagrado Coração do Sufrágio
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Indo à Basílica de São Pedro pelo Lungotevere – a avenida que bordeja o histórico rio Tibre – o romeiro é surpreso por uma bonita igreja que tem o imponderável de conter algo muito singular.

Não é só o fato de seu estilo neogótico evocar a França e destoar do distendido conjunto arquitetônico romano.

Luminosa, delicada, esguia, sorridente, mas infelizmente fechada boa parte do dia, a igreja do Sagrado Coração do Sufrágio fica a dois quarteirões de Castel Sant’Angelo e da Via dela Conciliazione, que leva direto ao Vaticano.

VER EM GOOGLE MAPS

Perguntei a amigos romanos o que havia nessa igrejinha.

Eles me explicaram – não sem antes me prevenirem de não me espantar – que lá havia um Museu das Almas do Purgatório.

Quer dizer, uma coleção de sinais do além deixados por essas almas, que na maioria das vezes apareceram ardendo internamente a parentes ou irmãos de religião.

A igreja com destaque à direita, no centro Castel Sant'Angelo,
à esquerda sai a Via della Conciliazione rumo a São Pedro
Sempre pedindo orações para saírem do Purgatório, onde pagavam penas devidas a seus pecados e irem para o Céu.

Quando achei o horário certo, ingressei pela igrejinha do Sagrado Coração do Sufrágio naquele inédito museu.

Nele os objetos estão expostos dentro de quadros protegidos por vidros, encostados uns aos outros por causa da exiguidade da sala.

Talvez seja o menor museu do mundo. E, entretanto, pode-se dizer que o tema ao qual se dedica é mais transcendente que o de muitos museus mais ricos e famosos.

Na época, lamentei as parcas informações fornecidas numa simples folha para uso geral dos visitantes. Mas, ainda assim, os testemunhos do além muito me impressionaram.

Interior da igreja
A importância do Museu evidenciou-se ainda mais com a entrevista realizada há pouco por uma TV italiana com o pároco da igreja, o Pe. Domenico Santangini.

Como ela foi feita em italiano, transcrevi todas suas palavras para o português e apresentando-as aqui.

Os singulares objetos que fazem parte do Museu – roupas, madeiras e outros objetos queimados com formas de mãos e outras pelas almas em fogo – merecem serem estudados pela ciência.

Como católicos nada tememos sobre as verdades de Fé envolvidas no caso.

O Purgatório não foi objeto de uma definição solene ex-cathedra, mas são inúmeros os ensinamentos revelados contidos nas Escrituras e não é lícito duvidar de sua existência.

No centro do altar mor, o Sagrado Coração de Jesus recebe as orações
de Nossa Senhora e São José.
Embaixo, as almas do Purgatório se voltam para o anjo e Nossa Senhora
enquanto o sacerdote oferece a Missa pelas almas que purgam.
Se os teólogos discutem sobre ele, é apenas sobre seu lugar e outras circunstâncias que não mudam o fato essencial: o Purgatório existe e por ele devem passar as almas destinadas ao Céu, mas que devem pagar penas por faltas cometidas na Terra.

Diz-se até que a grande Santa Teresa de Jesus teria passado pelo Purgatório para fazer uma genuflexão que não fez certa vez ao atravessar uma capela...

Como sói acontecer, estudos científicos poderiam fornecer detalhes materiais que contribuiriam para compreendermos melhor a realidade desse lugar do além, o qual não está tão longe de nós como poderíamos achar.

Em consequência, nós nos sentiríamos mais convidados a rezar pelas almas que nele estão – quem garante que também nós não poderemos estaremos um dia? – e fazermos uma meditação sobre o destino final de nossa existência.

“Pensa nos teus novíssimos e não pecarás eternamente” (Eclo 7, 40) – ensinam as Escrituras.

Aliás, o caso desse museu não é o único sobre o qual as ciências não se debruçam.

Mas é algo muito concreto, material: as provas estão gravadas com fogo em panos, folhas, livros e móveis que a gente vê com os próprios olhos e que nos abre uma janela para uma imensa realidade.

Eis a transcrição da entrevista do pároco e curador do Museu do Purgatório:

Entrevista ao pároco do Sagrado Coração de Jesus do Sufrágio, Roma (italiano, tradução no post)



Pe. Domenico Santangini, pároco do Sagrado Coração do Sufrágio, Roma: É certo que o Purgatório existe, embora não seja uma verdade de fé absoluta como o Inferno e o Paraíso. Porém, para a Igreja, é uma realidade autêntica, verdadeira.

Muitos, infelizmente, fingem não acreditar ou não acreditam de fato, por motivos pessoais. Para nós existe.

Como? Por quê?

Porque o homem é pecador e, enquanto tal, para chegar ao Senhor tem necessidade de purificação. E esta passagem das almas boas é obrigatória, uma passagem para ter uma alma limpíssima.

É lógico que o Purgatório é uma passagem para o Paraíso, não pode ser para o Inferno. Porque o Inferno é uma condenação absoluta e imediata.

Nossa Senhora do Carmo resgata almas do Purgatório.
Brooklyn Museum, escola de Cuzco, Peru
Portanto, procuremos descobrir a importância do Purgatório e de rezar muito pelas almas do Purgatório.

Porque, uma vez que estas almas entram no Paraíso, elas podem interceder por nós que estamos aqui embaixo.

Portanto, caros amigos, caríssimos fiéis, permanecei tranquilos e serenos. O Purgatório é uma grande verdade, uma grande realidade que não podemos deixar de reconhecer.

Quando falamos do além, falamos das almas do Purgatório.

Certamente podemos falar do Inferno.

Mas, não cabe a nós estabelecer quem está no Inferno ou no Purgatório. Só o Padre Eterno sabe, por isso nós cristãos de boa fé, quando encomendamos uma Missa pelos defuntos, a encomendamos pelas almas do Purgatório.

As almas santas podem se fazer sentir, “se apresentar” a nós, de muitas maneiras.

Poder ser num sonho, pode ser num elemento exterior, pode ser uma intuição, pode ser algumas vezes uma aparição.

Assim como temos nesta paróquia, existem testemunhos que põem em evidência como as almas do Purgatório pedem a nós, vivos, orações ou Santas Missas para que elas possam ser liberadas dos sofrimentos do Purgatório.

Por que o Purgatório é sofrimento? Por quê? É sofrimento porque ainda não chegaram a Deus. É o sofrimento da separação de Deus. Esta separação cessa quando entram no Paraíso.

Quem pratica o espiritismo não faz outra coisa senão evocar a alma dos mortos, mas, se respondem, esses mortos querem dizer que estão no Inferno.

Porque as almas que estão no Purgatório, embora distantes do Senhor, não se prestam ao nosso jogo humano de evocação, enquanto que as almas do inferno, que já são almas perdidas, como verdadeiros diabos então respondem, para poder atrair outras almas para onde elas estão.

Portanto, o espiritismo é exatamente o oposto da oração ou da aparição dessas almas aos vivos. É exatamente o oposto.
Altar pelas almas do Purgatório. Igreja de São Francisco, Pontevedra, Espanha

O bom cristão não pode não acreditar no Purgatório. Porque se ele não crê no Purgatório não é um verdadeiro cristão, transforma-se quase num pagão. Sim, um pagão.

Jesus nos disse muitas vezes no Evangelho que, no Fim do Mundo, Ele levará ao Paraíso as almas dos justos que dormem o sono da paz. Os levará ao Paraíso. Então, quer dizer que existe esta passagem.

Lógico, há santos que talvez vão direto ao Paraíso. Mas muitas almas, por faltas mais ou menos graves, passam pelo Purgatório.

Mas o espiritismo é uma coisa nefasta, e os cristãos que vão consultar esses charlatões cometem pecado grave, gravíssimo.

Jornalista : E fazer encomendas é pecado?

Pe. Domenico Santangini: É pior ainda. É pior ainda. Por favor, não façam essas coisas. Porque é o demônio que responde, e de fato toma conta da vossa alma.

O demônio é velhaco, velhaquíssimo. Devemos verdadeiramente evitar ir, e dizer aos outros para não fazê-lo – a nossos parentes, amigos –porque, de outro modo, podem comprometer sua alma.

Quando dizemos que alguém vende a alma ao demônio é através dessa via, desse espiritismo, dessas evocações.


O Purgatório e seu Museu em Roma (legendado em português)




Continua no próximo post: Museu das almas do Purgatório 2: os sinais do além deixados por almas que padecem para se purificar


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Notre Dame restaura sinos destruídos pela Revolução Francesa. Técnicas, nomes, símbolos, carrilhões e significado dos novos sinos

No dia da bênção dos novos sinos
No dia da bênção dos novos sinos


Uma multidão estimada em 30 mil pessoas pela polícia (que habitualmente minimaliza as manifestações católicas) lotou no Domingo de Páscoa a praça da catedral de Notre Dame e as ruas vizinhas, para ouvir a primeira reboada oficial dos novos sinos.

Nessa mesma data, 850 anos atrás, na presença do Papa Alexandre III, o bispo D. Maurício de Sully colocava a primeira pedra para a construção daquela grandiosa catedral dedicada a Nossa Senhora.

Os sinos originais foram destruídos barbaramente pela Revolução Francesa em 1792, com exceção de um, batizado com o nome “Emanuel”.

Por ocasião de sua bênção ritual os sinos recebem nomes que são gravados no seu bronze. O “Emanuel” foi doado há mais de 300 anos pelo rei Luis XIV e pesa 13 toneladas.

No século XIX, Napoleão III mandou preencher o vazio com sinos de menor qualidade e carentes de afinação. Os especialistas, sempre muito exigentes, diziam que se tratava do pior conjunto de sinos da Europa.

sábado, 19 de janeiro de 2013

20 de janeiro 1842: Nossa Senhora das Graças converte o coração do hebreu Ratisbonne

Igreja onde aconteceu o milagre
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






A poucas quadras da famosa Piazza di Spagna, bem no centro históirco de Roma, e ao lado da sede da Congregação para a Evangelização dos Povos, encontra-se a igreja Sant'Andrea delle Frate.

Neste santuário deu-se um fato extraordinário: Nossa Senhora apareceu a um rico e famoso judeu, Afonso Ratisbonne, o qual portava uma Medalha Milagrosa não por devoção, convertendo-o a Cristo.

No altar em que a Virgem Santíssima (la Madonna) lhe apareceu, havia um quadro de São Miguel Arcanjo golpeando o demônio, que pode ser apreciado ainda hoje, mas em outro local da igreja.

Foi neste mesmo altar da Aparição que São Maximiliano Kolbe, falecido no tristemente famoso campo de concentração nazista de Auschwitz, celebrou sua primeira Missa no dia 29-4-1919.

O quadro da Madonna del Miracolo (Nossa Senhora do Milagre) aparece com a fronte encimada por uma coroa e por um resplendor em forma de círculo de 12 estrelas.

Nossa Senhora do Milagre, igreja de Sant'Andrea delle Frate, Roma, detalhe
Nossa Senhora do Milagre, igreja de Sant'Andrea delle Frate, Roma

A fisionomia é discretamente sorridente, com o olhar voltado para quem estiver ajoelhado diante d’Ela. Muito afável, mas ao mesmo tempo muito régia.

Pelo porte, dá impressão de uma pessoa alta, esguia sem ser magra, muito bem proporcionada e com algo de imponderável da consciência de sua própria dignidade.

Veja vídeo
VÍDEO: Na. Sra. das Graças
Tem-se a impressão de uma rainha, muito menos pela coroa do que pelo todo d’Ela, pelo misto de grandeza e de misericórdia.

A pessoa que a contempla tende a ficar apaziguada, serenada, tranquilizada, como quem sente acalmadas as suas más paixões em agitação.

A meu ver o elemento mais tocante desta imagem é este aspecto apaziguador. Como se Ela dissesse:

“Meu filho, Eu arranjo tudo, não se atormente, estou aqui ouvindo a você que precisa de tudo, mas Eu posso tudo, e o Meu desejo é de dar-lhe tudo.

“Portanto, não tenha dúvida, espere mais um pouco, mas atendê-lo-ei abundantemente. Eu para você não tenho reservas, não tenho recusas, não tenho nem recriminações pelos seus pecados.

“Eu lhe estou olhando num estado de alma, numa disposição de ânimo, por onde você de Mim consegue tudo o que você pedir, e muito mais ainda”.

A pintura tem um certo ar de mistério, mas um mistério suave e diáfano. Seria como o mistério de um dia com um céu muito azul, em que se pergunta o que haverá para além do azul.

Mas não é um mistério carregado, é um mistério que fica por detrás do azul e não por detrás das nuvens. Um mistério como quem diz o seguinte:

Imagem do arcanjo São Miguel que estava no altar do milagre
Imagem do arcanjo São Miguel que estava no altar do milagre
“Se você conhecesse o dom de Deus, se você soubesse quanta coisa Eu tenho para lhe dar, e que maravilhas há em Mim, aí é que você compreenderia.

“Eu estou notando essas maravilhas e transbordo do desejo de as dar a você. Como você compreenderia bem o que Eu sou se você quisesse abrir os olhos para essas maravilhas”.

E esse apaziguamento que Ela comunica é uma espécie de primeiro passo para a pessoa que queira se deixar maravilhar, para a pessoa, recebendo esta misteriosa ação da graça, começar a admirar e procurar perguntar o que há nEla, o que Ela está exprimindo, o que Ela diz.

Diante deste altar ocorreu, no dia 20 de janeiro de 1842, a miraculosa conversão ao catolicismo do judeu Afonso Ratisbonne

Notem a impressão de pureza que o quadro transmite. Ele comunica algo do prazer de ser puro, fazendo compreender que a felicidade não está na impureza, ao invés do que muita gente pensa. É o contrário.

Possuindo verdadeiramente a pureza, compreende-se a inefável felicidade que ela concede, perto da qual toda a pseudo felicidade da impureza é lixo, tormento e aflição.

Notem também a humildade. Ela revela uma atitude de rainha, mas fazendo abstração de toda superioridade sobre a pessoa que reza diante d’Ela.

Trata a pessoa como se tivesse proporção com Ela; quando nenhum de nós tem essa proporção, nem mesmo os santos.

Nossa Senhora do Milagre, igreja de Sant'Andrea delle Frate, Roma, detalhe
Nossa Senhora do Milagre, igreja de Sant'Andrea delle Frate, Roma, detalhe
Entretanto, se aparecesse Nosso Senhor Jesus Cristo, Ela ajoelhar-se-ia para adorar Aquele que é infinitamente mais. Ela tem a felicidade inefável da despretensão e da pureza.

Diante de um mundo que o demônio vai arrastando para o mal, pelo prazer da impureza e do orgulho, a Madonna del Miracolo comunica-nos esse prazer da despretensão e da pureza.

É um chamar a Si suavissimamente, sem pito nem recriminação, mas como quem diz:

“Meu filho, você se lembra dos tempos primitivos de sua inocência? Você não se lembra antes de você ter pecado como você era? Você não se lembra que havia coisas dessas em você? Eu lhe ofereço isso.

“Eu o restauro! Abra-se para Mim, olhe para Mim. Eu lhe dou isso. Venha! No caminho que conduz a Mim só existe perdão, bondade e atração. Venha logo!”

Não é difícil a gente estabelecer uma relação desses traços apresentados aqui não no aspecto militante de Nossa Senhora enquanto esmaga a cabeça da serpente, mas no seu aspecto materno, enquanto Ela procura tirar – pelo sorriso – das garras da impiedade, aqueles que o materialismo e a sensualidade moderna vão vitimando.

E, dessa maneira, fazendo uma altíssima obra de em entido contrário, i. é, de conversão para a Igreja Católica em toda sua beleza hierárquica e sacral.

É ou não é verdade que o espírito que se deixa impressionar por essa imagem, que se deixa influenciar por essa imagem, fica sumamente propício à admiração?

Busto do ebreo Ratisbonne, convertido e tornado sacerdote
Busto do ebreo Ratisbonne, convertido e tornado sacerdote

Fica sumamente propício a admirar a hierarquia das coisas mais altas sobre ele, sumamente propício – pela sua própria dignidade – a querer que todas as coisas abaixo dele estejam em hierarquia também?

Debaixo desse ponto de vista,o quadro é de altíssima expressão quanto a um dos aspectos de Nossa Senhora: sua permanente ação contra a revolta igualitária e sensual, até chegar o fim do mundo.

Isso seria um pouco de comentários com alguma vantagem para nossas almas.

Pelo menos, talvez essa: explicar um pouco aos mais jovens como analisar uma imagem, o que procurar quando se vê uma imagem, qual é o bom efeito que ela pode produzir em nós, e o estado de alma que uma imagem – simplesmente por existir – pode comunicar às nossas almas.




(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 20 de janeiro de 1976. Sem revisão do autor. pliniocorreadeoliveira.info)


Video: a igreja da aparição





Clique em algum dos links abaixo para saber mais:



Medalha Milagrosa: em 1830 Nossa Senhora deu um sinal eficaz de sua ajuda

Na segunda aparição Nossa Senhora deu a Medalha Milagrosa

Na festa da Medalha milagrosa: aparições a Santa Catarina Labouré

Nossa Senhora das Graças e a conversão do hebreu Ratisbonne (1)

Nossa Senhora das Graças e a conversão do hebreu Ratisbonne (2)

Nossa Senhora das Graças e a conversão do hebreu Ratisbonne (3)