segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Astrônomo defende com computador
a existência da estrela de Belém

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
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O astrônomo Mark Thompson, membro da Royal Astronomical Society de Londres e apresentador de astronomia no The One Show da BBC, realizou um estudo científico que explicaria a natureza da estrela que conduziu os Reis Magos até Belém, confirmando a narração do Evangelho de São Mateus.

Usando registros históricos e simulações de computador que permitem mapear a posição das estrelas e dos planetas em torno da data em que Jesus nasceu, Thompson defende que nessa época houve um evento astronômico incomum.

Segundo ele, entre setembro do ano 3 a.C. e maio do ano 2 d.C. houve três “conjunções” onde o planeta Júpiter e a estrela Regulus passaram perto um do outro no céu da noite estrelada.

A estrela Regulus ‒ literalmente “pequeno rei” ‒ está no plano dos planetas e não raro ela aparece próximo a um dos planetas.

1ª) Júpiter cruzou com Regulus por vez primeira seguindo seu movimento habitual rumo ao leste.

2ª) Depois apareceu revertendo o caminho e cruzou a estrela novamente, desta vez em direção oeste.

3ª) Por fim, mudando de direção mais uma vez, retomou sua direção normal rumo ao leste e cruzou com a estrela pela terceira vez.

Thompson, que apresentou na BBC o programa de astronomia Stargazing Live junto com o Professor Brian Cox, disse:

“Curiosamente no mundo da astrologia antiga, Júpiter é considerado o rei dos planetas e Regulus, que é a estrela mais brilhante da constelação de Leão, é considerada a rainha das estrelas.”

“Os três Reis Magos, acrescentou, eram considerados por alguns como sacerdotes zoroastristas, que eram astrônomos de renome na época, e quando o rei dos planetas passou tão perto da rainha das estrelas e em três ocasiões, devem ter julgado que era um fato muito significativo interpretável como o nascimento de um novo rei”.

Numerosas teorias de astrônomos do passado tentaram apresentar como explicação científica da estrela de Belém um cometa, uma supernova ‒ quando uma estrela explode e produz enormes quantidades de luz ‒ ou até um planeta.

Thompson disse que ele considerou “todas essas possibilidades” antes de chegar à sua conclusão.


As três conjunções de Júpiter e Regulus, tiveram lugar em 14 de setembro do ano 3 a.C., em 17 de Fevereiro e em 8 de maio do ano 2 d.C. Elas foram causadas pelo fenômeno astronômico chamado de movimento retrógrado aparente, em que um planeta parece que para na noite sua marcha normal rumo ao leste e ruma para o oeste, por um período de várias semanas.

Isso acontece porque os planetas exteriores do nosso sistema solar orbitam em volta do Sol a uma velocidade mais lenta que a Terra, e por isso nosso planeta, ocasionalmente os ultrapassa.

“O movimento retrógrado [no caso estudado] deu a impressão que Júpiter estava se movendo em direção oeste do céu e por isso os [Três Reis Magos] puderam segui-lo a partir da Pérsia”, explicou Thompson.

“Uma viagem de camelo até Israel teria levado cerca de três meses. Curiosamente, este é aproximadamente o mesmo tempo em que Júpiter parecia estar viajando na direção oeste”, disse

E concluiu: “Não cabe a mim dizer se realmente a Bíblia está certa ou errada, eu estou apresentando o mapa dos fatos que estão diante de mim”.

De fato, é esse o papel da ciência dentro de seus limites. E é natural concluir que confirma de modo sugestivo o relato evangélico.

O astrônomo inglês chegou a essas conclusões utilizando tecnologias computacionais avançadas e o saber acumulado pela ciência ao longo dos séculos.

Sua teoria, entretanto, não é inteiramente nova. Ela concorda com as apresentadas por outras autoridades da astronomia em épocas diversas.

Esta concordância reforça a teoria de Thompson.

De fato, a estrela de Belém sempre intrigou filósofos, teólogos e cientistas. E a ideia que a famosa estrela tinha sido resultante de uma conjunção de astros de primeira magnitude já foi defendida por respeitadas autoridades da astronomia.

Veja também: Dado essencial: houve o fenômeno astronômico denominado “estrela de Belém”

Quem foram os Reis Magos?


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Pedra do Mar Morto: aponta como o Messias viria,
como Jesus veio, e como virá no fim dos tempos

'Pedra de Gabriel': 87 linhas
Luis Dufaur
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Foi exposta em Jerusalém uma lápide do fim do século I a.C. cujo texto – considerado “misterioso” pelos especialistas – foi escrito com tinta em caracteres hebraicos, noticiou o “Boston Herald”.

É a chamada “Pedra de Gabriel”, ou “Visão de Gabriel”, segundo o Prof. Ada Yardeni, pelo fato de o arcanjo aparecer como figura central.

A pedra mede um metro de altura e foi descoberta no ano 2000 na margem oriental do Mar Morto, por um beduíno da Jordânia.

Análise da terra colada à pedra revelou uma composição química que só se encontra nessa região.

O escrito tem 87 linhas e está dividido em duas colunas. Trata-se de um texto profético anotado quando ainda existia o Templo que Jesus frequentou.

Os especialistas consideram a “Pedra de Gabriel” um pórtico que ajuda a entender as ideias que circulavam na Terra Santa sobre o Messias pouco antes de Jesus nascer.

O método de gravar com tinta sobre a pedra e não entalhar, como era o costume, é único.

Nada se achou de semelhante na região do Mar Morto até o presente.

“A ‘Pedra de Gabriel’ é em certo sentido uma espécie de Rolo do Mar Morto escrito sobre uma pedra”, sustenta James Snyder, diretor do Museu de Israel.

Ela provém da mesma época e utiliza caligrafia idêntica à de alguns dos Rolos do Mar Morto, entre os quais se contam os mais antigos manuscritos hebraicos da Bíblia.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Milenar basílica submersa reaparece em Niceia

Basílica submersa de Niceia, local regado pelo sangue de um mártir
e sede do primeiro Concílio da Igreja Católica
Luis Dufaur
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Os fundamentos de uma basílica bizantina de 1.600 anos, que repousam no leito de um lago no noroeste da Turquia, estão sendo analisados por arqueólogos, noticiou “Aleteia”.

“Nós encontramos as ruínas da igreja. É a planta de uma basílica com três naves”, disse Mustafa Şahin, professor de arqueologia da Universidade Bursa Uludağ, ao Hurriyet Daily News, o jornal em inglês mais antigo da Turquia.

Os alicerces da igreja se encontram entre um metro e meio e pouco mais de dois sob a água no lago Iznik, em Bursa, Turquia.

A antiga basílica foi localizada por fotografias aéreas tiradas em 2014 durante um inventário de objetos históricos e culturais, segundo o Hurriyet Daily News.

Sahin calcula que a igreja foi construída no século IV, em homenagem a São Neófito, martirizado no ano 303, durante as perseguições do imperador romano Diocleciano.

São Neófito foi para Niceia, cidade do império romano que ficava na Ásia Menor, no noroeste da atual Turquia, para pregar a fé e increpar duramente o paganismo.

A basílica foi erigida no local onde ele foi martirizado pelos soldados romanos.

Segundo as crônicas, os verdugos enfurecidos suspenderam o santo em uma árvore, chicotearam-no com tiras de boi e rasparam seu corpo com garras de ferro.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A destruição de Jerusalém pelos babilônios
exposta à luz do dia

Após a destruição de Jerusalém, o povo eleito foi levado cativo para Babilônia. Aquarela de Joseph Jacques Tissot, 1836 – 1902.
Após a destruição de Jerusalém, o povo eleito foi levado cativo para Babilônia.
Aquarela de Joseph Jacques Tissot, 1836 – 1902.
Luis Dufaur
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Arqueólogos israelenses exumaram camadas de entulho queimado que corroboram a narração bíblica da destruição de Jerusalém pelo exército do rei de Babilônia Nabucodonosor, no ano 587 a.C. – portanto, mais de 2.600 anos atrás.

A descoberta foi comunicada pela Autoridade Israelense de Antiguidades (IAA), organismo máximo de arqueologia do país.

O acontecimento está narrado no livro do Profeta Jeremias 52, 13-34. Ele indica que na tragédia o então rei de Jerusalém, Zedequias, foi levado cativo a Babilônia junto com a população da Cidade de Davi.

Eles foram deportados para trabalhar nas megalomaníacas construções de Nabucodonosor, que incluíram uma reconstrução – em escala menor – da Torre de Babel.

Nabuzardã, chefe da guarda babilônica, foi o encarregado do horroroso crime:

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Identificam o local do “milagre dos cinco pães e dois peixes”

Multiplicação dos 5 pães e 2 peixes. Fonte: pixabay.com
Multiplicação dos 5 pães e 2 peixes. Fonte: pixabay.com
Luis Dufaur
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Junto ao Mar da Galileia, também conhecido como Lago Tiberíades ou Kinneret, as ruínas de Betsaida voltaram a ver a luz.

A cidade é bem conhecida dos católicos, pois os Evangelhos nos falam muitas vezes dela.

Trata-se da cidade onde nasceram e moravam os apóstolos Pedro, André e Felipe, que eram pescadores, e na qual pregou Nosso Senhor.

Ela foi destruída como profetizou Nosso Senhor.

Sobre suas ruínas os romanos construíram outra, em estilo pagão, chamada Julias, também desaparecida.

Betsaida não fica longe de Nazaré onde se instalou a Sagrada Família. Portanto, não fica longe do Mar da Galileia.

Em Nazaré Jesus passou a maior parte de sua vida oculta, exceto o Nascimento em Belém e a fuga para o Egito.

Por isso, o povo se referia a Ele dizendo: “É Jesus, o profeta de Nazaré da Galileia” (São Mateus 21, 11)

Nosso Senhor iniciou sua pregação na Judeia e em Jerusalém que fica mais ao sul.

Mas Ele teve que abandonar Jerusalém, capital de seu antepassado, o rei Davi, pois corria risco de morrer, devido ao ódio dos fariseus e do Sinédrio.

Limitou então sua divina ação ao norte do atual Israel – então parte do antigo reino de Israel – onde o ódio assassino do Sinédrio teria mais dificuldade de atentar contra Ele.

Jesus pregou demoradamente na região do Mar da Galileia e lá operou alguns de seus maiores e mais conhecidos milagres, como na Boda de Canaã, a pesca milagrosa, a multiplicação dos pães e peixes.

Ele curou, exorcizou, andou sobre as águas desse mar, ensinou o Pai-Nosso e pregou numerosas parábolas, além de pronunciar o “Sermão da Montanha”.

Tendo sabido Jesus que o rei Herodes Antipas mandara degolar São João Batista, seu primo e precursor, afastou-se para repousar na solidão, não longe do Mar da Galileia.

Ali fez o milagre da multiplicação dos cinco pães e dos dois peixes. Foi o primeiro de dois semelhantes, também referido como “alimentando os 5.000” (em Mateus 14:13-21, Marcos 6:31-44, Lucas 9:10-17 e João 6:5-15), ou como “milagre dos cinco pães e dois peixes”:

“13. A essa notícia, Jesus partiu dali numa barca para se retirar a um lugar deserto, mas o povo soube e a multidão das cidades o seguiu a pé.

“14. Quando desembarcou, vendo Jesus essa numerosa multidão, moveu-se de compaixão para ela e curou seus doentes.

O milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Jacopo Tintoretto (1518/19–1594), Metropolitan Museum of Art, New York
O milagre da multiplicação dos cinco pães e dos dois peixes.
Jacopo Tintoretto (1518/19–1594), Metropolitan Museum of Art, New York
“15. Caía a tarde. Agrupados em volta dele, os discípulos disseram-lhe: Este lugar é deserto e a hora é avançada. Despede esta gente para que vá comprar víveres na aldeia.

“16. Jesus, porém, respondeu: Não é necessário: dai-lhe vós mesmos de comer.

“17. Mas, disseram eles, nós não temos aqui mais que cinco pães e dois peixes.

“18. Trazei-mos, disse-lhes ele.

“19. Mandou, então, a multidão assentar-se na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, elevando os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus discípulos, que os distribuíram ao povo.

“20. Todos comeram e ficaram fartos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram doze cestos cheios.

“21. Ora, os convivas foram aproximadamente cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças.” (São Mateus 14, 13-21)

Jesus continuou pregando na região até que, sentindo que os tempos tinham chegado, voltou para Jerusalém.

Ele sabia que ia cumprir o supremo holocausto para a Redenção dos homens:

“17. Subindo para Jerusalém, durante o caminho, Jesus tomou à parte os Doze e disse-lhes:

“18. Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte.

“19. E o entregarão aos pagãos para ser exposto às suas zombarias, açoitado e crucificado; mas ao terceiro dia ressuscitará.” (São Mateus, 20, 17-19)

No fim de sua vida pública, Jesus Cristo desceu até Jerusalém.

Então Ele fez uma entrada triunfal na capital de Davi e Salomão, que é comemorada no Domingo de Ramos. Vendo isso, o Sinédrio tramou sua morte.

A Paixão transcorreu muito rapidamente. Na sexta-feira da mesma semana, o Sinédrio já tinha conseguido completar a conspiração e Lhe havia dado Morte no alto do Calvário.

Porém, Jesus ressuscitou. E logo após a Ressurreição, encaminhou-se para a única região que O tolerava: a Galileia.

Quando apareceu a Santa Maria Madalena “e à outra Maria” junto ao Santo Sepulcro “disse-lhes Jesus: ‘Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galileia, pois é lá que eles me verão’” (São Mateus 28, 10)

Betsaida: casa dos três Apóstolos na praia de  Kinneret. Crédito: Zachary Wong.
Betsaida: casa dos três Apóstolos na praia de  Kinneret. Crédito: Zachary Wong.
Entretanto, após a Ascensão aos Céus, Betsaida teve um fim tremendo.

A cidade, juntamente com Cafarnaum e Corazim, foi amaldiçoada por Jesus, que predisse a completa destruição das três durante seu ministério na Galileia.

No Evangelho de Mateus, Jesus lança três “ais” contra as três cidades (Corazim, Betsaida e Cafarnaum), por não terem feito penitência, nem mesmo após os grandes milagres que Ele realizou nelas.

E até as increpou, dizendo que no Dia do Juízo haverá menos rigor para os habitantes das cidades pagãs de Tiro, Sidônia e Sodoma que para os dessas três cidades judaicas.

21. Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e a cinza.

22. Por isso vos digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Tiro e para Sidônia que para vós!

23. E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o inferno! Porque, se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia.

24. Por isso te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti! (Mt 11:20-24)

Pelos anos 30/31 ela foi toda reformada como cidade greco-romana pelo rei judeu Filipe, o Tetrarca.

Esse rei de costumes paganizados lhe trocou o nome para Julias, em louvor da mulher do imperador Augusto, segundo o historiador judeu contemporâneo Flavio Josefo, referido pelo jornal francês “Le Figaro”.

Betsaida restos da cidade romana de Julias construída sobre a cidade amaldiçoada por Jesus.
Restos da cidade romana de Julias construída sobre Betsaida amaldiçoada por Nosso Senhor
A nova cidade acabou sendo arrasada na Grande Revolta Judaica contra Roma, iniciada no ano 67 e terminada desastrosamente em 70.

O historiador Flavio Josefo (Vida 399-403) diz ter sido ferido em combate perto das muralhas de Julias, citado pelo jornal israelense “Haaretz”.

Hoje, os arqueólogos que foram à procura dos restos dessas cidades afirmam ter encontrado suas ruínas.

“Achamos o que parece ser a cidade dos três apóstolos, onde Jesus multiplicou os pães e os peixes”, declarou à Agência Efe o arqueólogo Mordejai Aviam, do israelense Kinneret College, que escava o local há três anos.

O lugar coincide com o Novo Testamento e hoje constitui a Reserva Natural do Vale de Betsaida.

Junto com sua equipe de mais de 25 arqueólogos e voluntários, Aviam tinha descoberto no local uma capa do período das Cruzadas, uma feitoria de açúcar do século XIII, um mosteiro e provavelmente uma igreja.

Escavando ainda mais, eles encontraram objetos da cidade greco-romana enterrados dois metros abaixo.

“Existem moedas, cerâmica, um mosaico, paredes e umas termas de estilo romano, o que nos leva a crer que não se tratava simplesmente de um povoado, mas de uma grande cidade romana”, explicou Aviam.

O Dr. Mordejai Aviam que dirigiu os trabalhos.
O Dr. Mordejai Aviam que dirigiu os trabalhos.
Aviam tem certeza de que os objetos descobertos provam ser esse o local do milagre da multiplicação dos cinco pães e dois peixes, afastando outras teorias arqueológicas que imaginam o grande evento evangélico em outros pontos da Galileia.

Para Aviam, a identificação de um banho público, como era costume greco-romano, “atesta a existência de uma cultura urbana”, citou o “Haaretz”.

O local exato mais provável é chamado Tabgha (Sete Fontes) que se encontra na costa norte do Mar da Galileia, na estrada que sai de Cafarnaum.

Ali há uma igreja beneditina onde está a pedra sobre a qual Jesus teria operado o “milagre dos cinco pães e dois peixes”.

A “pedra da multiplicação” é grande e irregular, e era venerada numa capela destruída pelos muçulmanos mas foi recuperada em 1930.

Nas escavações apareceu um mosaico com um cesto, peixes e pães. Uma grande igreja desaparecida teria sido também encontrada.

É o que fazem pensar paredes com ricos vidros dourados formando um mosaico, sinal de uma igreja abastada e importante.

Willibald, bispo de Eichstätt, na Baviera, que visitou a Terra Santa em 725, descreve sua visita a uma igreja em Betsaida, construída sobre a casa de São Pedro e Santo André, acrescentou o “Haaretz”. 

Hoje as ruínas de Betsaida saem à luz testemunhando a maravilhosa pregação de Nosso Senhor e alguns de seus mais portentosos milagres.

Mas, também, do tremendo abandono em que incorreu até desaparecer de todo por ter recusado os apelos divinos à penitência e à conversão.



Vídeo: Escavações em Betsaida, desde drone







segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Pirâmides macabras no México
e o juízo bíblico dos deuses pagãos: “são demônios”

Máscara da divindade Tezcatlipoca, o cruel deus que habitaria na Mãe Terra, algo vagamente comparável à divindade Pachamama ou à deusa Gaia de recente invenção ecologista. Museu Britânico
Máscara de Tezcatlipoca, o cruel deus que habitaria na Mãe Terra,
algo vagamente comparável à divindade Pachamama
ou à deusa Gaia de recente invenção ecologista. Museu Britânico
Luis Dufaur
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Por vezes é tido como moderno apresentar o índio como arquétipo de uma vida integrada na natureza, em pacífica relação com seus congêneres, adorando deidades em harmonia com o meio ambiente.

Alguns até os elevam a patrimônio da humanidade, a ser preservado sem influência da civilização, a fim de exibirem seu modelo de vida ao homem moderno em crise.

Eles teriam vivido nus em um sistema perfeito, tendo a mata como único teto antes da chegada de missionários e civilizadores.

Mas isso é bem assim?

As Sagradas Escrituras, quando se referem aos pagãos e a seus deuses, fazem-no com horror e execração. O Salmo 95 reza “todos os deuses dos gentios são demônios” (“Omnes dii gentium, daemonia”) (Salmo 95, 5).

Recentes trabalhos de brigadas de arqueólogos na Cidade do México fornecem dados palpáveis, gigantes e irretorquíveis para responder à questão.

O caso começa com o cronista espanhol Francisco López de Gómara (nascido em 1511), que deixou um frio e apavorante relato sobre o que encontrou no México. Recentemente foi referido pelo jornal espanhol “ABC”.

Ele descreve um sinistro monumento que os companheiros do conquistador Hernán Cortés viram em Tenochtitlán, a capital do império asteca.

Uma fabulosa pirâmide, cuja estrutura era constituída por cento e trinta mil crânios atravessados por ripas.

Em apoio ao aterrorizante relato, o cronista cita seus companheiros Andrés de Tapia e Gonzalo de Umbría que também viram a tétrica construção e a referiram.

O nome do macabro prédio é tzompantli. Acredita-se que as vítimas que serviram de ‘tijolos’ teriam sido inimigos sacrificados e oferecidos à glória dos deuses.

Antiga crônica espanhola descreve o diabólico templo
Porém, López de Gómara falou pormenorizadamente dessa estrutura como sendo um monumento que visava mais à deleitação social que à vingança bélica.

A explicação do cronista está no capítulo 106 de sua “Historia de las conquistas de Hernando Cortés”:

“Do lado de fora do templo, diante da porta principal, havia um ossário de cabeças de homens presos na guerra e sacrificados com faca. (...) no qual estavam inseridas entre pedra e pedra as caveiras com os dentes para o lado de fora”.

Segundo a crônica, o perverso monumento era completado por duas torres cheias de cabeças, cujas colunas haviam sido feitas com cal e restos humanos.

A maioria dos historiadores advogava com uma ponta de condescendência que nesse tipo de mausoléu os índios astecas só empregavam restos de homens mortos na guerra.

Porém, as investigações ainda em andamento sobre os ossos recuperados apontam que foram sacrificadas também mulheres e crianças.

Um desses macabros ossários foi descoberto em 2015 perto do “Templo Mayor”, um dos mais destacados da antiga Tenochtitlán, hoje Cidade de México, onde foram contados 657 crânios, muitos dos quais de crianças e mulheres.

Rodrigo Bolaños, um dos antropólogos a cargo da investigação, não sai de seu espanto.

Na base das pirâmides macabras encontra-se um altar, cuja função era meramente ritual e de culto: nele eram mortas as vítimas que “ornavam” as repugnantes construções.

Esses se encontram hoje embaixo da terra, pois a Cidade do México cristã foi construída sobre a cidade pagã.

Sacrifício incruento da Santa Missa: o culto verdadeiro a Deus na Igreja verdadeira colide com os ritos pagãos de inspiração demoníaca
Sacrifício incruento da Santa Missa:
o culto verdadeiro a Deus na Igreja verdadeira
colide com os ritos pagãos de inspiração demoníaca
Uma das escavações avança junto à Catedral da capital mexicana, erigida sobre o antigo Templo Mayor.

Nessa magnífica catedral católica se celebra desde o primeiro momento a renovação incruenta do sacrifício da Cruz para redimir os homens e livrá-los do poder de Satanás, a quem podem facilmente escravizar-se sem o auxílio da graça.

Duas concepções visceralmente antagônicas: a católica e a pagã.

Porém, essa escavação ainda não conseguiu chegar até a base do tzompantli, que parece ser o maior dos obeliscos de culto.

Segundo a historiadora e investigadora Emilie Carreón Blaine, autora de dossiês científicos como “Tzompantli, forca e pelourinho”, o termo asteca vem sendo traduzido como “andaime de crânios”, “altar de crânios”, “enfileiramento de cabeças” ou “plataforma de caveiras”.

O tzompantli estava montado em função do altar de pedra, que segundo o arqueólogo Robert H. Cobean podia ter “mais de 50 metros de cumprimento”, incluindo uma escadaria central.

Na sua parte mais alta havia um andaime de madeira onde se penduravam os crânios que acabavam de ser perfurados ou as cabeças dos humanos sacrificados perpassadas por ripas ou estreitos postes de madeira.

A dimensão do satânico altar faz pensar num contínuo ou intenso massacre religioso.

Discute-se a finalidade do tzompantli. Sob o influxo das apologias modernas do tribalismo, alguns tentam dizer que tinha um sentido mágico-místico que foi perversamente interpretado pelo catolicismo dos conquistadores espanhóis.

Até chegam a dizer que os astecas rendiam um culto à vida através dessas hecatombes!

Mas para o historiador Agustín García Márquez não há dúvidas que o altar estava consagrado intimamente ao culto da morte. Os cronistas da época testemunham que os indígenas diziam sacrificar neles as vítimas aos deuses.

O tzompantli desenterrado em 2015 era apenas um dos oito instalados dentro do ‘Templo Mayor’ de Tenochtitlán.

O historiador mexicano Alfredo López Austin cita informantes indígenas que o mencionam como sendo “o mais elevado de todos os do local”.

Cada um dos oito locais de sacrifícios humanos estava dedicado a uma deidade concreta, em cujo louvor as cabeças dos sacrificados eram exibidas.

No altar do deus Tezcatlipoca – também chamado “deus do espelho fumegante” –, uma imensa caveira representava a misteriosa e cruel deidade da tentação e da noite.

Estrutura de caveiras do Gran Tzompantli da antiga Tenochtitlán inclui de mulheres e crianças sacrificadas à Mãe Terra. Foto: National Geographic
Estrutura de caveiras do Gran Tzompantli da antiga Tenochtitlán
inclui de mulheres e crianças sacrificadas à Mãe Terra. Foto: National Geographic
Segundo a falsa crença, ele habitaria na Mãe Terra, algo vagamente comparável à divindade Pachamama ou à deusa Gaia de recente invenção ecologista.

O missionário franciscano Bernardino de Sahagún fala em sua crônica Suma indiana de uns desses templos da morte mais importantes que os outros.

“O quadragésimo primeiro prédio se chamava Hueitzompantli e estava em frente do Huitzilopochtili, onde ficavam as cabeças dos cativos ali sacrificados”.

Hoje é mais conhecido como Huytzompantli e nele os rituais e cerimônias aconteciam durante todo o ano.

Esse seria precisamente o local do luciferino monumento – cujo altar tem 34 metros de cumprimento – desvendado em 2015 pelos arqueólogos no centro histórico da Cidade de México.

Uma parte desse altar de 45 centímetros de espessura, 13 metros de cumprimento e seis metros de largura está recoberto com uma massa feita de mandíbulas e fragmentos de crânios.

35 desses podem se contabilizar, mas supõe-se que muitos outros devem ter sido empregados, segundo explicou Raúl Barrera, diretor do Programa de Arqueologia Urbana mexicano.

Até agora não foi desenterrada toda a base do altar, cuja dimensão total ainda é desconhecida. Em qualquer caso, os arqueólogos acham com toda certeza que esse é o Huytzompantli de que falam as antigas crônicas.

As Sagradas Escrituras nos ensinam que “todos os deuses dos pagãos são demônios” (“Omnes dii gentium, daemonia”) (Salmo 95, 5).

As escavações em andamento na Cidade do México nos fornecem mais uma confirmação clamorosa da verdade desse juízo divinamente revelado.



Vídeo: O Huey Tzompantli do Templo Mor de Tenochtitlan descrito pelo Instituto Nacional de Antropología e História do México





Contraste ovante com a Missa católica (em rito dominicano, privilégio dessa ordem)



segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Restauração do Santo Sepulcro: visão de conjunto

Luis Dufaur
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Em diversos posts tivemos oportunidade de abordar o noticiário sobre os trabalhos científicos e de restauração operados no Santo Sepulcro neste ano.

Esses já foram felizmente concluídos e a visitação e cerimônias retomaram como antigamente.

A pedido da revista “Catolicismo”, Nº 799, Julho/2017, compusemos um artigo que resume todo o que publicamos e acrescenta alguns comentários.

O leitor interessado e/ou paciente poderá achar vantagem nesta visão de conjunto de todos os dados que possuímos até a presente data.

E por isso a reproduzimos a continuação.


Posts já publicados:

O Santo Sepulcro de Jesus Cristo aberto após séculos para exame científico

O Santo Sepulcro aberto, a Ressurreição de Jesus Cristo e a “ressurreição” da Igreja em nossos dias

Cientistas identificam mistérios na abertura do Sepulcro de Cristo

Santo Sepulcro: um “túmulo vivo”: um vazio cheio da presença de Cristo 



“É aqui mesmo!”


Essa foi a exclamação de cientistas ao abrirem recentemente o Santo Sepulcro de Jesus Cristo, o qual voltou a ver a luz após mais de cinco séculos.

Eles constataram que, apesar de dois milênios de grandes vicissitudes, a venerável pedra onde repousou o Corpo de Nosso Senhor está intacta no mesmo lugar.

Pela primeira vez em quase dois milênios, cientistas puderam entrar em contato com a pedra original sobre a qual foi depositado o Santíssimo Corpo de nosso Divino Salvador envolvido em panos mortuários, dos quais o mais famoso é o Santo Sudário de Turim.

Essa sagrada pedra se encontra na igreja do Santo Sepulcro, na parte velha de Jerusalém, e está coberta por uma lápide de mármore que data pelo menos do ano 1555, ou quiçá de séculos anteriores.

“O que achamos é surpreendente”, explicou o arqueólogo Fredrik Hiebert, da “National Geographic Society”. “Passei um tempo na tumba do faraó egípcio Tutancâmon, mas isto é mais importante”, afirmou.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Pesquisa revela que os monges vivem mais que os leigos

Luis Dufaur
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Para surpresa do pesquisador alemão Mark Luy, professor da área de análises demográficas, os monges que levam uma vida de isolamento e castidade nos mosteiros são mais longevos do que os leigos com suas comodidades e lazeres.

O trabalho do pesquisador foi divulgado em vídeo pela Deustche Welle, grupo de mídia oficial do governo alemão. 

Mais precisamente, os monges vivem em média cinco anos a mais que o comum da população masculina.

Leia a continuação o texto do vídeo da Deutsche Welle , com a concisão própria à imagem. O vídeo é reproduzido abaixo


Os fatores decisivos não são genéticos, mas não biológicos, revelou o estudo.

Um lugar de fé talvez não pareça o ambiente certo para resolver enigmas científicos.

A rotina aqui quase não muda. Segue regras antigas de séculos atrás.

O que se tem então para descobrir?

Faz mais de cem anos que um pesquisador veio aos mosteiros alemães estudar o quotidiano dos monges e monjas.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Corpo incorrupto de Santa Bernadette:
o que viram os médicos forenses nas exumações

Urna com o corpo de Santa Bernadette em Nevers
Rosto de Santa Bernadette em Nevers
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




A incorruptibilidade do corpo de Santa Bernadette Soubirous é um dos casos mais assombrosos e estudados pela medicina. Veja nossa página sobre CORPOS INCORRUPTOS clicando aqui

A grande festa de Lourdes se comemora em 11 de fevereiro e a festa de Santa Bernadette em 18 de fevereiro na França, e em 16 de abril alhures.

Desde 3 de agosto de 1925, o corpo intacto da Santa se encontra exposto numa urna de cristal na capela do convento de Saint-Gildard, na cidade de Nevers, França. A cidade fica na Borgonha, a 260 km ao sul-suleste de Paris.
Clique para ver onde fica Nevers
Assim informa uma inscrição ao lado do corpo da Santa na mesma capela:
“O corpo de Santa Bernadette repousa nesta capela desde 3 de agosto de 1925.

“Ele está intacto e “como se estivesse petrificado” segundo foi reconhecido pelos médicos juramentados e pelas autoridades civis e religiosas por ocasião das exumações de 1909, 1919 e 1925.

“O rosto e as mãos, que escureceram no contato com o ar, foram recobertos com ligeiras camadas de cera, moldadas segundo os modelos recolhidos diretamente.

“A posição inclinada para o lado esquerdo foi assumida pelo corpo no túmulo.”

Vejamos, entretanto, o que disseram os médicos responsáveis pelas perícias praticadas sobre o corpo da Santa nas diversas ocasiões mencionadas na inscrição.

Primeira exumação

Em 22 de setembro de 1909, trinta anos após o velório, seu cadáver foi exumado pela primeira vez e o corpo encontrado intacto.

Os Drs. Ch. David e A. Jordan, que conduziram esta primeira exumação, escreveram no relatório da perícia:

“O caixão foi aberto na presença do Bispo e do Prefeito de Nevers, seus principais representantes e diversos religiosos.

“Não notamos nenhum odor.

“O corpo estava vestido com o Hábito da Ordem a que pertencia Bernadette. O Hábito estava úmido.

“Apenas a face, mãos e antebraços estavam descobertos.

“A cabeça estava inclinada para a esquerda. A face estava lânguida e branca. A pele estava apegada aos músculos e estes apegados aos ossos.

Santa Bernadette, foto (detalhe acima e conjunto) tirada entre após a última exumação (18 de abril 1925) e antes de ser guardada na urna atual (18 de julho 1925)
Santa Bernadette, foto (detalhe acima e conjunto)
tirada entre após a última exumação (18 de abril 1925)
e antes de ser guardada na urna atual (18 de julho 1925).
A santa faleceu em 16 de abril de 1879, 46 anos antes da foto.
“As cavidades oculares estavam cobertas pelas pálpebras [...]

“Nariz dilatado e enrugado. Boca levemente aberta e se podia ver os dentes no lugar.

“As mãos, cruzadas sobre o peito, estavam perfeitamente preservadas, bem como suas unhas. As mãos seguravam um terço. Podia se observar as veias no antebraço.

“Os pés estavam enrugados e as unhas intactas.

“Quando o Hábito foi removido e o véu levantado de sua cabeça, pode se observar um corpo rígido, pele esticada [...]

“Seu cabelo estava com um corte curto e bem preso à cabeça. As orelhas estavam em perfeito estado de conservação [...]

“O abdome estava esticado, assim como o resto do corpo. Ao ser tocado, tinha um som como de papelão.

“O joelho direito estava mais largo que o esquerdo.

“As costelas e músculos se observavam sob a pele [...]

“O corpo estava tão rígido que podia ser virado para um lado e para o outro [...]

“Em testemunho de que temos corretamente escrito esta presente declaração, a qual representa a verdade em sua totalidade.

Nevers, 22 de setembro de 1909, Drs. Ch. David, A. Jourdan.” Fonte: Wikipedia, em português -- Font: Catholic Pilgrims, em inglês


Segunda exumação

Em 1919, dez anos depois da primeira exumação, realizou-se uma segunda exumação do corpo de Santa Bernadette, conduzida desta vez pelos Doutores Talon e Comte, com a presença do Bispo da cidade de Nevers, bem como do Delegado de Polícia e representantes da Prefeitura e da Igreja.
Santa Bernadette em seu velório, abril 1879, Nevers
Santa Bernadette em seu velório, abril 1879, Nevers

A situação encontrada foi exatamente a mesma da primeira exumação.

Eis alguns excertos do relatório final do Dr. Comte, sobre esta segunda perícia:

“Deste exame, concluo que permanece intacto o corpo da Venerável Bernadette, esqueleto completo, músculos atrofiados, mas bem preservados; apenas a pele, que estava enrugada, pelos efeitos da umidade do caixão.[...]

“O corpo não estava em putrefação nem decomposição, o que seria esperado como normal, após quarenta anos de seu sepultamento.

“Nevers, 3 de abril de 1919, Dr. Comte” Fonte: Wikipedia, em português. -- Font: Catholic Pilgrims, em inglês

Terceira exumação

Por fim, a 18 de novembro de 1923, Sua Santidade o Papa Pio XI assinou decreto reconhecendo a heroicidade das virtudes de Bernadette.

Após a beatificação da Santa, foi efetivada uma terceira exumação em 12 de Junho de 1925. O objetivo era a retirada de “relíquias” de seu corpo. A canonização viria oito anos mais tarde, em 1933.

Sobre esta última exumação, escreveu o Dr. Comte em seu relatório, em termos forenses que por vezes espantam aos leigos, mas que nos permitem medir com exatidão o grau da incorruptibilidade do corpo da vidente de Lourdes:

Santa Bernadette morreu sentada nesta poltrona, museu de St-Gildard, Nevers
Santa Bernadette morreu sentada nesta poltrona,
museu de St-Gildard, Nevers
“Eu queria abrir o lado esquerdo do tórax para retirar algumas costelas e então remover o coração, o qual eu tinha certeza que estaria intacto.

“Porém, como o tronco estava levemente apoiado no braço esquerdo, haveria dificuldade em ter acesso ao coração.

“Como a Madre Superiora expressou o desejo de que o coração de Santa Bernadette não fosse retirado, bem como também este era o desejo do Bispo, mudei de ideia de abrir o lado esquerdo do tórax e apenas retirei duas costelas do lado direito, que estavam mais acessíveis.

“O que mais me impressionou durante esta exumação foi o perfeito estado de conservação do esqueleto, tecidos fibrosos, musculatura flexível e firme, ligamentos e pele após quarenta e seis anos de sua morte.

“Após tanto tempo, qualquer organismo morto tenderia a desintegra-se, a se decompor e adquirir uma consistência calcária.

“Contudo, ao cortar, eu percebi uma consistência quase normal e macia.

“Naquele momento, eu fiz esta observação a todos os presentes de que eu não via aquilo como um fenômeno natural.” Fonte: Wikipedia, em português -- Font: Catholic Pilgrims em inglês

Naquela época foi confeccionada a urna de cristal que guarda o corpo de Santa Bernadette.

As freiras cobriram seu rosto e as mãos com uma camada fina de cera.

Urna com o corpo de Santa Bernadette em Nevers
Urna com o corpo de Santa Bernadette em Nevers
A urna se encontra hoje numa bela capela fora da clausura para que possa ser visitada.

O corpo milagrosamente preservado de Santa Bernadette encoraja os visitantes a imitarem a vida de Santa Bernadette e levarem a sério as mensagens transmitidas pela vidente da Imaculada Conceição.



Vídeo: Corpo incorrupto de Santa Bernadette



Fontes: em inglês: http://www.catholicpilgrims.com/lourdes/bb_bernadette_body.htm 
e em português: http://pt. wikipedia.org/wiki/Bernadette_Soubirous



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segunda-feira, 19 de junho de 2017

A mais antiga fábrica de vinho e o episódio do Patriarca Noé

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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política internacional,
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A mais antiga unidade de produção de vinho jamais encontrada tem cerca de 6 mil anos. Ela foi desvendada na Armênia segundo noticiou o diário de Paris “Le Monde”.

Os arqueólogos até identificaram a safra de vinho tinto seco ali produzida, utilizando técnicas bioquímicas.

A descoberta foi publicada na revista científica Journal of Archaeological Science.

O estudo foi realizado em conjunto por órgãos acadêmicos e científicos dos Estados Unidos, Irlanda e Armênia.

“Essa é a mais antiga instalação para fabricação de vinho já conhecida no mundo”, explicou Gregory Areshian, responsável pelos trabalhos e vice-diretor do Instituto de Arqueologia Cotsen, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA).

Cavernas de Areni, Armênia, local da descoberta
As escavações foram feitas num complexo de cavernas, conhecido como Areni-1, na província armênia de Vayots Dzor, Pequeno Cáucaso, perto da fronteira da Armênia com o Irã. O vinho se destinava para o culto.

Perto de uma prensa de vinho foi também identificada uma videira desidratada, cultivada em torno de 4.000 a.C.

A mais antiga produção vinícola até então conhecida era a encontrada no túmulo do rei egípcio Scorpion I, antiga de 5.100 anos.

A fábrica de vinho
Na mesma caverna da Armênia, a equipe desenterrou em 2009 o sapato de couro mais antigo do mundo, com aproximadamente 5.500 anos.

As uvas eram esmagadas numa bacia de argila rasa com cerca de 1 metro de diâmetro. Em volta dela foram recolhidas sementes e uvas secas. O suco era obtido pisando descalço sobre as frutas, disse Areshian.

Foram recolhidos equipamentos de cobre para processar o vinho, vasos impregnados do vinho e até uma taça e um bol.

“Essa foi uma instalação relativamente pequena, relacionada a um ritual dentro da caverna. Para o consumo diário, os moradores teriam prensas muito maiores em estabelecimentos normais”, acrescentou Areshian, que também foi primeiro-ministro adjunto do primeiro governo da República da Armênia independente, em 1991.

Na região dessas cavernas a cultura do vinho é muito antiga e são produzidos bons vinhos tintos das cepas Merlot e Cabernet Sauvignon.

Uvas secas no local
Patrick McGovern, diretor científico do Laboratório de Arqueologia Biomolecular do Museu da Universidade de Pensilvânia, e autor de livros sobre a origem do vinho, mostrou que o tipo de semente recolhida — Vitis vinifera vinifera — continua sendo aproveitada na região.

McGovern lembrou que “até nas regiões baixas como o antigo Egito onde reinava a cerveja, se exigia vinhos especiais nos oferecimentos funerários; e grandes volumes de vinho eram consumidos nas maiores festas religiosas e reais”.

Num livro, McGovern defende que a “cultura do vinho” se desenvolveu primeiro nas regiões montanhosas da Armênia, a partir das quais se espalhou para as planícies do sul, e posteriormente para o mundo todo.

A descoberta arqueológica sugere uma interessante aproximação.

A bacia
Segundo a tradição bíblica a Arca de Noé teria se detido na Armênia, após o dilúvio. E ali teriam descido o Patriarca e seus descendentes.

Provavelmente, ali também teria acontecido o fato descrito na Bíblia em que Noé bebeu do vinho e perdeu os sentidos.

Esta nova descoberta fornece um apoio científico colateral ao relato bíblico.

Aproximação ou apoio colateral não é prova linear, mas ajuda a compor o quadro do acontecimento histórico. E, nesse sentido, fala em favor dos fatos narrados na Bíblia.

O fato de a outra fábrica de vinho mais antiga se encontrar no Egito, mil anos mais nova, nos leva a perguntar se nesse milênio ‒ quer dizer entre o ano 6.000 a.C. da fábrica de vinho armênia e 5.100 a.C. da egípcia ‒ não teria acontecido a dispersão dos povos.

Após a dispersão dos povos, estes teriam partido levando os conhecimentos que eram comuns a todos eles. O fabrico e consumo do vinho, entre eles.

O Patriarca Noé
Entretanto, a datação do dilúvio, referência histórica anterior a Babel, e a dispersão apresentam dificuldades que tomariam o espaço de outro post.

A existência e as características do dilúvio são as mais universais das tradições recolhidas nos povos mais afastados, inclusive entre os índios do Brasil.

Assim ensina o Gênesis, 9, sobre o episódio de Noé e o vinho:

20. Noé, que era agricultor, plantou uma vinha.

21. Tendo bebido vinho, embriagou-se, e apareceu nu no meio de sua tenda.

22. Cam, o pai de Canaã, vendo a nudez de seu pai, saiu e foi contá-lo aos seus irmãos.

23. Mas, Sem e Jafet, tomando uma capa, puseram-na sobre os seus ombros e foram cobrir a nudez de seu pai, andando de costas; e não viram a nudez de seu pai, pois que tinham os seus rostos voltados.

24. Quando Noé despertou de sua embriaguez, soube o que lhe tinha feito o seu filho mais novo.

25. “Maldito seja Canaã, disse ele; que ele seja o último dos escravos de seus irmãos!”

26. E acrescentou: “Bendito seja o Senhor Deus de Sem, e Canaã seja seu escravo!

27. Que Deus dilate a Jafet; e este habite nas tendas de Sem, e Canaã seja seu escravo!”