quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Fim do mundo em nossos dias?
Cientistas desmentem alarmismo e superstição

Juizo Final, Hans Memling (c. 1440-1494), Museu Narodowe, Danzig
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Ano de 2012 ou outro, pirâmide maia, alinhamento dos planetas, numerologia, super-vulcões, planetas e asteroides rumando para um choque exterminador com a Terra: cresce a onda de “profecias” e anúncios assustadores, de filmes alarmistas anunciando com aparências científicas que o mundo está na iminência de seu fim.

Segundo “Le Post”, 2.5 milhões de endereços na Web e 200 opúsculos falaram do fim do mundo em dezembro de 2012. Aqui estamos todos nós.

Eles se baseavam, para isso, como se tratasse de algo muito sério, num calendário usado pelos maias, povo desaparecido da América Central.

Eles dizem que o calendário está inscrito em uma das pirâmides típicas da civilização maia.

Na verdade não está inscrito em pirâmide alguma, porque os maias gravavam os calendários em estelas de pedra. As estelas conhecidas estão em museus onde foram estudadas por especialistas sérios.

Instituto Nacional de Antropologia  e História (Tabasco, Mexico) exibiu  estela maia com o famoso calendário  para provar que nada há nele  sobre o fim do mundo
O Instituto Nacional de Antropologia
e História (Tabasco, Mexico) exibiu
estela maia com o famoso calendário maia
para provar que nada há nele
sobre o fim do mundo
Uma das mais famosas foi recentemente exposta pelo Instituto Nacional de Antropologia e História, em Tabasco, Mexico, exatamente para mostrar com a força da evidência que o famoso calendário nada diz nem tem a ver com o suposto “fim do mundo” em nossos dias.

Descoberta de Xultún: pá de cal na fraude da “pirâmide maia”

O mais antigo calendário maia, e, paradoxalmente o mais recentemente descoberto, foi encontrado nas ruínas da desaparecida cidade de Xultún, na Guatemala em 2010.

Os resultados da expedição e a interpretação cientifica dos descobridores foram apresentados à imprensa.

Os arqueólogos William Saturno, da Universidade de Boston, e David Stuart, da Universidade de Texas-Austin, lideraram a expedição arqueológica.

Detalhe do calendário maia de Xultún
Detalhe do calendário maia de Xultún
Eles explicaram que o calendário joga por terra as teorias apocalípticas segundo as quais aquele povo centro-americano vaticinava o fim do mundo para este ano.

O calendário é do século IX e documenta 17 ciclos lunares e planetários.

Segundo Stuart, houve “manipulação” do calendário maia e quando em 21 de dezembro de 2012 acabava o 13º ciclo, o calendário recomeçava e assim continuaria durante milhões de anos.

“É como o contador de quilômetros do carro: quando atinge o máximo o carro não acaba e o contador recomeça de zero”, explicaram os descobridores.

Eles, aliás, contaram que, após as pregações catastrofistas do ano 2000 “nós sabíamos que o próximo anúncio do fim do mundo seria 2012”. E o sensacionalismo não parou, malgrado seu fracasso.

Arqueólogo William Saturno trabalha no local da descoberta
Arqueólogo William Saturno trabalha no local da descoberta

A NASA

O astrônomo Jon U. Bell, 56, diretor do Planetário Hallstrom, do River State College, em Fort Pierce (EUA) e ex-diretor do Planetário Hayden da cidade de New York, reduziu à insignificância a “profecia” do fim do mundo em nossos dias.

Segundo ele, nessa onda de rumores não há conteúdo científico algum. Pelo contrário, na origem dessas “profecias” só há romances, e de má lei.

A NASA (North National Aeronautics and Space Administration - Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço) montou uma página para desfazer essas enganações.

E as desfaz falando curto e direto, com a segurança do cientista – trata-se, aliás, de um grupo de cientistas – que entende das coisas.

Bell: nessa onda de rumores não há conteúdo científico algum
Bell: onda de rumores não tem conteúdo científico
“Nada de ruim vai acontecer com a Terra em nossos anos.

Nosso planeta tem-se saído muito bem por mais de 4 bilhões de anos e os cientistas confiáveis de todo o mundo não sabem de nenhuma ameaça associada a alguma data como 2012”, sublinhou ele.

O Dr. Bell cita uma das fontes daquilo que a NASA qualifica de “choradeira”: a novela ‘O horizonte invisível: mente, alucinógenos e I Ching’, de Terrence McKenna (“The Invisible Landscape: Mind, Hallucinogenics and The I Ching”). Já o título ostenta a extravagância salpicada de esoterismo da Nova Era.

No romance, o autor especula com o dia 21/12/2012, porque nele o sol vai estar na área de Sagitário.

Porém, acrescenta o Dr. Bell, nesse período do ano o sol está sempre em Sagitário. Todo o resto é ignorância e sensacionalismo.

O povo maia deu muita importância à astronomia. Nisto ele faz lembrar os caldeus no Oriente Médio, de onde saíram os Três Reis Magos após reconhecerem a estrela de Belém.

A similitude do interesse astronômico dos maias e dos caldeus, dois povos que viveram em regiões tão longínquas e em tempos tão diferentes, sugere mais uma vez a origem comum da humanidade.

A posterior dispersão dos povos com a Torre de Babel fez com que cada um levasse consigo algo do patrimônio científico comum que, com razão, podemos supor herdado de Adão.

Pirâmide de Chichén Itzá:
maias não acreditavam no fim do mundo
no fim do calendário,
mas em ciclos que se renovavam
Já tivemos ocasião de falar dessas heranças culturais e científicas que apontam uma origem comum de todos os povos. Origem de que nos fala a Bíblia e a teologia católica com tanta precisão.

Os maias construíram em pedra pirâmides de perfeição admirável comparáveis às do Egito. Até em alguns pontos as superam.

Com a ajuda de Nossa Senhora, esperamos ainda tratar em diversos posts sobre esse fundo comum de todos os povos, descendentes dos primeiros pais: Adão e Eva.

O diretor do Planetário Hallstrom explicou que os maias tinham três calendários que se encerravam periodicamente. Obviamente, eles próprios não achavam que o mundo acabaria no fim dos calendários, pelo contrário recomeçavam.

Os cientistas da NASA são bem claros: assim como o mundo não deixa de existir cada vez que em 31 de dezembro o calendário que você tem na cozinha acaba, mas recomeça novamente em 1º de janeiro, o mesmo acontece com o calendário maia.

Num outro romance (“Cosmogenese Maia” – “Mayan Cosmogenesis”), John Jenkins volta a explorar a fantasia do fim do mundo para 2012. Nada aconteceu

Os maias – esclarece ainda o astrônomo Jon Bell – não acreditavam nisso. Pelo contrário, caso se fixasse uma data para o término do universo segundo os critérios deles, essa data deveria ser posta muitos séculos no futuro.

Subprodutos ridiculizáveis

O alarmismo gosta de anunciar como mais ou menos iminente a data exata em que Historia acabaria.

Montevideu: pastor protestante anunciou o fim do mundo em 2011, mas ele acabou na clínica
Montevideu: pastor protestante anunciou o fim do mundo em 2011,
mas ele acabou na clínica
A maioria dos apocalípticos causadores de pânico prefere o 21/12/12; outros falam o 12/12/12. Trata-se de um jogo supersticioso de números.

Houve também quem falasse em 28/10/2011, enquanto o pastor protestante Harold Camping se adiantou “profetizando” o 21/5/2011.

Seus seguidores afixaram cartazes em várias cidades – em Montevideu, por exemplo.

Desapontado pelo fracasso de sua “profecia”, o pastor anunciou então nova data, mas acabou sofrendo um AVC, sendo internado num hospital de Oakland, na Califórnia.

A montagem do Nibiru

Outras sagas acenam com o “planeta” Nibiru, que colidiria com a Terra. Ele apareceria por trás do sol, “como a cada 3.600 anos”, e se arremessaria contra nós numa velocidade de 70.000 km/h.

O mito do Nibiru provém da antiga Babilônia. Ele está associado a um deus menor da mitologia suméria que não se sabe ao certo se designava Júpiter ou Mercúrio. Os sumérios possuíam conhecimentos muito reduzidos a respeito do sol, além de desconhecerem qualquer planeta além de Júpiter.

Um obscuro escritor russo-americano, também pertencente à pagã e abstrusa corrente Nova Era, desenterrou o mito do Nibiru e instalou nele homenzinhos verdes (os Amunakis), visando retorno comercial.

A NASA defende que o Nibiru ou qualquer outro objeto celeste do gênero é “boato da Internet”. Se estivesse vindo contra a Terra, já teria sido detectado e deveria ser visível a olho nu.

“Obviamente não existe”, concluiu o mais autorizado instituto mundial para o espaço. (No site da NASA, ver também a página “Ask an astrobiologist”)

O exagero sobre a inversão dos polos magnéticos terrestres

Ambientalismo espalhou muito pânico se disfarzando de ciência,  mas só é ideologia socialista/comunista
Ambientalismo espalhou muito pânico se disfarçando de ciência,
mas visando muita política e ideologia socialista/comunista.
Veja "Verde: a cor nova do comunismo
A inversão dos polos magnéticos é outro despropositado espantalho catastrofista misturado com 2012.

O fenômeno aconteceria a cada 400.000 anos. E a NASA desfaz qualquer temor:

“Em toda a medida dos nossos conhecimentos, uma inversão magnética dessas não causará nenhum dano à vida na Terra. Acresce que é muito improvável que aconteça uma inversão magnética nos próximos milênios”.

O mirabolante site ZetaTalk profetizou a inversão para o 15 de maio de 2003, mas ninguém levou a sério e nada aconteceu. Os “Zetas” seriam extraterrestres que falam através de uma emissária e vendem livros e CDs. Sem palavras...

Só uma sensação não explícita de que algo está profundamente errado na Terra pode levar a acreditar em tanta bobagem.

Alinhamento da Terra, do Sol e da Via Láctea

Fim do mundo em 2012: alarmismo e superstição
Fim do mundo em 2012: alarmismo e superstição
Não menos sem-pé-nem-cabeça é o medo espalhado pelo alinhamento da Terra com outros planetas e o centro da Via Láctea, nossa galáxia.

“Não haverá alinhamentos planetários nas próximas décadas – esclareceu a NASA. A Terra não cruzará o plano galáctico em 2012 e se porventura esses alinhamentos acontecessem, os efeitos na Terra seriam negligenciáveis.

“Em cada mês de dezembro, a Terra e o sol se alinham com o centro aproximado da Via Láctea, mas esta é uma ocorrência anual sem consequências”.

Os super-vulcões que destruiriam a vida na Terra

O delírio alarmista é reforçado por certo ecologismo apocalíptico que acena com a possibilidade de algum super-vulcão extinto, como o do Parque de Yellowstone, nos EUA, despertar.

O filme de catástrofe “2012”, de Roland Emmerich, encena de modo sugestivo e fantasioso esse macro-desastre hipotético.

Trata-se de um castelo de suposições que não resiste ao bom senso. A última erupção do gênero teria acontecido 600.000 anos atrás e não há sequer indícios remotos de que algum desses super-vulcões tenha retomado atividade digna de nota.

Tempestades solares

Tempestades são cíclicas e sol está em fase normal
Os “complotistas do 2012” – segundo o apelativo de “Le Post” – exploram o espectro das explosões solares, que obedecem a ciclos de 11 anos. Com base não se sabe bem em qual bola de cristal, profetizam uma arrasadora labareda do sol no ano “fatídico”.

De fato, na superfície do sol acontecem continuamente explosões que geram imensas tempestades magnéticas e de partículas.

Várias dessas atingem regularmente a Terra, e o fizeram até muito recentemente. Elas foram percebidas por sofisticados instrumentos e causaram danos passageiros às comunicações.

Mas, pergunta “Le Post”: “Você percebeu alguma coisa” no ano que passou? Ou neste que está passando?, acrescentamos nós.

“Não há risco especial algum associado a um ano determinado”, diz a NASA, sublinhando que o ciclo solar em andamento “não é diferente dos ciclos anteriores da História”.

Por que então tanto fala-fala em torno do ‘fim do mundo’ chegando?

“Fim do mundo” em 2012 não é ciência, mas revela problema moral e religioso

Importa reconhecer que a crise geral do mundo suscita em muitos espíritos a ideia da necessidade de uma intervenção divina para salvar a humanidade decaída. E que essa intervenção pode ser próxima ou muito próxima.

Nossa Senhora até chorou pelo mundo,
mas prometeu o triunfo de seu Imaculado Coração,
jamais falou de fim de mundo, e por cima em 2012!
Falam com clareza nesse sentido as mensagens de Nossa Senhora em Fátima, La Salette e Akita, para citarmos a principais.

Porém, o alarmismo que refutamos neste post nada fala de Nosso Senhor Jesus Cristo, nem das advertências de Nossa Senhora. Estas, sim, mereceriam ser mais faladas, inclusive nas igrejas.

O alarmismo nada tem a ver com a ciência, mas a desmoraliza pretendendo falar, por vezes, em nome dela.

O alarmismo nada tem a ver com a fé, mas confunde a fé se misturando com sentimentos e revelações genuínas que nada tem a ver com ele.

O alarmismo obedece a outras razões ligadas à propaganda ambientalista extremada na qual foram se refugiar os ativistas frustrados pelo fracasso do socialismo. Mas, isto não é ciência nem religião, mas política e agitação.

Essa propaganda, entretanto, não deixa de ser danosa. Se Deus, para o bem dos homens, decidir executar as advertências feitas por meio de Nossa Senhora, poderá acontecer que muitos homens, confundidos pelo alarmismo, não sejam capazes de interpretar bem os fatos enormes que então advirão.

Para completar a abordagem do assunto, tratamos dos aspectos proféticos do assunto num blog consagrado especificamente à temática:


Veja:
Falsas “profecias” sobre o iminente “fim do mundo” são alarmismo danoso

 
Avisos do Céu falam que hoje não vivemos o fim mas o prelúdio de um triunfo divino

Mais santos falam que não vivemos no fim do mundo, mas nas proximidades de um triunfo divino

Nossa Senhora anunciou que não vivemos no fim do mundo mas num preâmbulo do triunfo divino

A voz dos Papas aponta a vitória da Igreja sobre o Leviatã do caos universal nos dias vindouros